Os ataques norte-americanos levantam a possibilidade de um agravamento das tensões na região, o que poderia desencadear um ciclo vicioso de hostilidades. Neste cenário, o diretor-geral da AIEA enfatizou a importância das inspeções em curso no Irã, realizadas por técnicos da agência, que visam a verificação da existência de urânio em conformidade com os acordos de não proliferação. No entanto, ele salientou que, para que essas atividades possam prosseguir de forma segura, é imprescindível o cessar das hostilidades, permitindo que as equipes de inspeção acessem os locais necessários com segurança.
Entre as áreas críticas que necessitam de avaliação estão a usina de enriquecimento de urânio de Fordow, situada em um local subterrâneo, e outras instalações em Isfahan e Natanz, que são essenciais para o programa nuclear iraniano. Grossi assegurou que os inspetores têm a capacidade de avaliar possíveis danos ocorridos nos ataques, embora Teerã tenha afirmado que, até o momento, os níveis de radiação nessas localidades permanecem inalterados.
Em meio a essa tensão, o diálogo e a diplomacia se tornam mais vitais do que nunca. Durante a recente reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Grossi alertou que a falta de um entendimento pode ter consequências desastrosas para a segurança global. Ele enfatizou que a oportunidade de um retorno à negociação deve ser aproveitada, para evitar que a situação se deteriore a níveis insustentáveis, o que ameaçaria a estabilidade do regime global de não proliferação nuclear. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também fez eco ao chamado por paz na região, ressaltando a necessidade de que Israel, Irã e Estados Unidos retornem à mesa de negociações.