Múcio detalhou que as Forças Armadas já realizam operações permanentes na fronteira com a Venezuela, incluindo a Operação Atlas, planejada para 2024, que visa uma assistência mais robusta em áreas remotas e de difícil acesso. Essa iniciativa já estava em andamento antes do agravamento das tensões recentes entre Caracas e Washington, e o ministro insistiu que o foco é em assegurar a segurança nacional e não em intervir em conflitos externos.
A situação entre os dois países foi descrita por Múcio como uma “briga de vizinho”, onde o Brasil torce para que as disputas não interfiram em sua soberania. Ele observou que o governo brasileiro mantém um diálogo com a maioria das nações latino-americanas e caribenhas, que recentemente assinaram um documento expressando preocupações sobre a presença militar dos EUA próximo à costa venezuelana.
As ações militares dos EUA, incluindo o envio de navios e submarinos para a costa da Venezuela sob a justificativa de combate ao narcotráfico, têm gerado acusações por parte do governo venezuelano de que Washington está utilizando essas operações como pretexto para promover uma mudança de regime. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reclamou da postura dos EUA, pedindo uma diminuição das tensões para evitar uma escalada de conflitos na região.
Em meio a essa crise, o Departamento de Defesa dos EUA denunciou a Venezuela por supostas provocações, afirmando que aeronaves militares do país teriam sobrevoado próximo a um navio americano. Além disso, informações indicam que os Estados Unidos deslocaram caças F-35 para Porto Rico, reforçando sua presença militar na região, enquanto as tensões continuam a se intensificar.
Na última terça-feira, a situação ganhou mais complexidade quando Donald Trump divulgou um vídeo que mostrava um ataque a embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas, a qual o governo venezuelano contestou, afirmando que os EUA estariam usando tecnologias de inteligência artificial na divulgação do incidente. A situação permanece delicada e a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos que podem ter um impacto profundo na estabilidade da América Latina.