A abertura do evento, ocorrida no Teatro Carlos Gomes, contou com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, que enfatizou a importância de integrar os povos dos países do Brics, e não apenas os governos. Ele destacou que o Brics representa uma inovação na geopolítica à medida que coloca em pauta as necessidades e desejos dos cidadãos do Sul Global. “São as pessoas que têm a real compreensão de suas necessidades e isso precisa se refletir em políticas públicas efetivas”, ressaltou Macêdo.
O Conselho Popular busca efetivar o diálogo e a colaboração entre a sociedade civil e os governos, com o propósito de enfrentar desafios globais e regionais e fomentar o desenvolvimento sustentável entre seus membros. Durante esta reunião, os participantes discutirão recomendações propostas por sete grupos de trabalho que abordam temas variados, como saúde, educação, ecologia e segurança cibernética.
Criado em 2006, o Brics inicialmente reunia Brasil, Rússia, Índia e China, que, juntos, foram considerados emergentes em um estudo de um economista do Goldman Sachs. Desde então, o grupo se expandiu, somando a adesão da África do Sul em 2011 e, mais recentemente, em 2023, a inclusão de países como Arábia Saudita, Irã e Indonésia, totalizando agora 11 membros.
O Conselho Popular, em sua primeira sessão, também almeja entregar um documento com propostas à cúpula dos chefes de governo do Brics, programada para os dias 6 e 7 de outubro. Segundo uma integrante do Conselho, as recomendações contemplam a valorização da cooperação Sul-Sul em áreas sensíveis como educação e saúde, especialmente para atender às demandas de países em desenvolvimento.
Entre os participantes, o Movimento Nacional de População em Situação de Rua salientou a necessidade de incluir os mais vulneráveis nas discussões. Com mais de 6 milhões de pessoas em situação de rua na região do Brics, o secretário executivo da entidade, Flávio Lino, destacou que o debate deve ir além da economia, para abarcar o desenvolvimento humano.
Ao final desta reunião, as contribuições dos grupos de trabalho serão consolidadas e apresentadas aos líderes do Brics, com a expectativa de que suas recomendações sejam consideradas nas deliberações do bloco, que busca não apenas crescimento econômico, mas também o fortalecimento de laços entre os povos.