Conflito entre Israel e Irã: Cessar-fogo e declarações de vitória marcam os últimos dias de tensão
Nos últimos 12 dias, Israel e Irã têm se envolvido em um acirrado conflito que agora parece ter alcançado um impasse, com as autoridades de ambos os países proclamando vitórias em suas respectivas narrativas. As recentes manifestações de alívio e triunfalismo surgiram após a anunciada intenção de implementar um cessar-fogo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comemorou a suposta eliminação da ameaça de "aniquilação nuclear" por parte do Irã. Durante um pronunciamento oficial, ele não apenas reafirmou o compromisso de Israel em impedir o avanço do programa nuclear iraniano, mas também declarou que o país havia alcançado uma vitória histórica que, segundo ele, será lembrada por gerações. Em um tom provocativo, Netanyahu indicou que as ações militares de Israel poderiam agora se concentrar na Faixa de Gaza, em um movimento que sugere que a disputa com o Hamas também continua ativa.
Do outro lado, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, por sua vez, não hesitou em afirmar que, embora Israel tenha iniciado as hostilidades, foi o Irã que, ao final, emergiu vitorioso e responsável por pôr fim à guerra. A tensão se intensificou ainda mais após a intervenção do presidente dos Estados Unidos, que, na noite de segunda-feira (2), comunicou a efetivação de um cessar-fogo. No entanto, a fragilidade desse acordo logo se tornou evidente, pois horas depois, ambas as nações começaram a se acusar de violá-lo.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, alegou que o Irã tinha disparado mísseis logo após a entrada em vigor da trégua, levando-o a ordenar que as Forças Armadas israelenses recomeçassem os ataques a alvos militares iranianos. As forças armadas do Irã não tardaram a responder, acusando Israel de uma ofensiva contra seu território.
Enquanto isso, o presidente Trump reiterou a vigência do cessar-fogo na manhã de terça-feira (24), sublinhando que os aviões israelenses não iriam atacar o Irã e fariam um "aceno amigável" ao rival.
Essas trocas de acusações e relatos de ataques refletem a complexidade do conflito, que se aprofundou com o histórico de desconfianças entre os dois países. Israel vem acusando o Irã de estar à beira de desenvolver armas nucleares, levando a uma série de confrontos diretos. Em resposta, o Teerã argumenta que seu programa nuclear possui apenas fins pacíficos e que estava em meio a negociações com Washington para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Adicionalmente, o debate sobre a realidade do programa nuclear iraniano se torna ainda mais intricado com as acusações da Agência Internacional de Energia Atômica, que destacou que o Irã não tem cumprido todas as obrigações, embora careça de evidências concretas sobre o desenvolvimento de uma bomba nuclear. O Irã, por sua vez, critica a AIEA, alegando que suas ações são influenciadas politicamente por potências ocidentais.
Os desdobramentos desses eventos continuam a capturar a atenção global, com a paz na região ainda parecendo um objetivo distante.