INTERNACIONAL – Conflito Global: ONU Debate Ataques dos EUA e Israel ao Irã em Meio a Tensão Nuclear e Acusações Mútuas Insustentáveis.

Na mais recente reunião do Conselho de Segurança da ONU, as tensões entre Irã, Israel e Estados Unidos alcançaram um novo patamar. Representantes destes países se reuniram em um ambiente marcado por acusações e reivindicações, refletindo um conflito que já coloca o mundo em estado de alerta.

O diplomata israelense Danny Danon, que ocupou o cargo de representante permanente de Israel na ONU, abriu a sessão destacando que a recente ação militar dos EUA contra as usinas nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Isfahan, ocorrida no último sábado, foi um divisor de águas na história. Ele afirmou que “os Estados Unidos, líderes do mundo livre, eliminaram a maior ameaça existencial para o mundo”, referindo-se à suposta capacidade nuclear do Irã como uma ameaça à segurança global. Durante sua fala, Danon expressou descontentamento com aqueles que criticaram os ataques, questionando a inação de outros países enquanto o Irã intensificava seu programa nuclear. Ele enfatizou que a comunidade internacional deveria expressar gratidão aos EUA pela ação tomada, ao invés de condená-los.

Em contrapartida, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani respondeu de forma contundente, afirmando que o Irã tomaria medidas proporcionais em retaliação aos ataques. Ele ressaltou que sua nação possui o direito legítimo de se defender contra o que considerou agressões perversas e um ataque à sua soberania. Iravani reafirmou que o Irã não possui armas nucleares e criticou a postura dos EUA de sacrificar a segurança internacional em prol de um primeiro-ministro israelense.

O diplomata iraniano, em sua argumentação, chamou a atenção do Conselho de Segurança para a necessidade de uma condenação clara e de medidas efetivas contra as ações de Israel e dos EUA, instantaneamente ignoradas ao final da sessão, que terminou sem a aprovação de qualquer resolução.

As recentes hostilidades refletem uma escalada no conflito regional, com Israel acusando o Irã de estar a um passo de desenvolver um armamento nuclear, o que levou a um ataque surpresa contra o país no dia 13 do mesmo mês. O Irã, por sua vez, argui que seu programa nuclear é voltado para fins pacíficos e que estava em negociações com os EUA para garantir a conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

Entretanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) apontou que o Irã não está cumprindo todas as suas obrigações, embora admita não ter provas concretas de que o país está construindo bombas atômicas. O Irã acusou a AIEA de ser parte de uma abordagem politicamente motivada por potências ocidentais, que têm dado suporte a Israel em sua guerra contra Teerã.

Enquanto isso, a inteligência americana indicou há alguns meses que o Irã não estava em processo de construção de armas nucleares, uma afirmação que atualmente é contestada por figuras políticas, incluindo o presidente Donald Trump. Apesar da resistência de Israel em aceitar a possibilidade de um Irã nuclear, é amplamente reconhecido que o país mantém um programa secreto de desenvolvimento nuclear que remonta à década de 1950, supostamente resultando na fabricação de múltiplas ogivas atômicas.

Esse ciclo de acusações e hostilidades continua a representar um dos desafios mais complexos e perigosos para a paz no Oriente Médio e para a segurança global.

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