O pesquisador sugere que, caso os Estados Unidos decidam intensificar sua participação militar, pode haver uma possibilidade de encerramento do conflito. No entanto, é preciso destacar que a intervenção militar norte-americana ou israelense seria fundamental para viabilizar uma mudança de regime no Irã, algo que, segundo ele, necessita da aprovação do Congresso dos EUA. Apesar dos desafios, Paz acredita que se os americanos atuarem de forma decisiva, poderíamos observar um cenário em que o governo iraniano buscaria uma negociação em condições desfavoráveis, se aproximando de uma quase capitulação.
Por outro lado, a situação atual do Irã se mostra frágil. Sem um suporte robusto de aliados, como a China e a Rússia, que estão enfrentando suas próprias crises e conflitos, o país pode encontrar-se isolado. Os laços com grupos como Hezbollah e Hamas estão deteriorados, deixando a nação persa com poucas opções no tabuleiro geopolítico. O uso de táticas como o fechamento do estreito de Ormuz, uma importante rota de transporte marítimo de petróleo, pode gerar caos, mas a duração e a eficácia desse movimento permanecem incertas.
Ainda destaca-se a volatilidade das ações americanas no cenário internacional. O mesmo governo que estava em vias de negociação nuclear com o Irã já alterou sua postura, refletindo uma inconsistência nas políticas externas que dificultam previsões confiáveis sobre o futuro do conflito. As tensões no Oriente Médio têm implicações diretas nos mercados globais, especialmente nos de petróleo.
Instituições como o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) alertam sobre os impactos econômicos possíveis que a escalada desse conflito pode ter, incluindo a alta nos preços do petróleo, que já enfrenta volatilidade. A Firjan, Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, também manifesta preocupação com essa dinâmica, citando como a possível elevação dos custos de energia pode afetar diversas cadeias produtivas.
A situação no Oriente Médio não apenas levanta questões políticas, mas também nos força a refletir sobre a necessidade de a economia brasileira se posicionar diante de um cenário global instável. Com reservas em declínio, a exploração de novas áreas produtivas torna-se uma questão de vital importância para a segurança energética do país. O futuro das relações internacionais e os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã poderão ter consequências de longo alcance, exigindo atenção redobrada por parte dos governos e setores econômicos envolvidos.