A Organização das Nações Unidas tem alertado para a grave situação humanitária em Gaza, com a escassez de comida e o colapso da ordem civil. A população enfrenta uma crise sem precedentes, após três semanas de intensos combates e cerco militar à região.
Os confrontos se intensificaram na noite de sexta-feira, quando as forças israelenses iniciaram uma operação terrestre em Gaza como parte da segunda fase da guerra, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A situação é descrita pelos moradores como um verdadeiro “dia do juízo final”.
Shaban Ahmed, funcionário público e engenheiro, conta com sofrimento a perda de seu primo em um ataque aéreo contra sua casa. Ele afirma que Israel tentou isolá-los do mundo para exterminá-los, mas os palestinos conseguiram resistir aos ataques e estão orgulhosos da determinação dos combatentes da resistência.
Questionado sobre o blecaute das telecomunicações, o porta-voz militar de Israel se recusou a confirmar se o país estava envolvido, mas ressaltou que fará o necessário para proteger suas forças. Os ataques aéreos israelenses têm atingido a cidade de Gaza desde outubro, quando o Hamas lançou uma ofensiva ao sul de Israel, resultando na morte de 1.400 israelenses em um único dia.
A população de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes. As pessoas lutam para encontrar seus entes queridos em meio ao caos sangrento. Familiares desesperados procuram por sobreviventes e choram a perda de entes queridos. O acesso à informação tem sido limitado, com a internet e os telefones desligados, e rádios enferrujados se tornaram a única forma de obter notícias.
A situação é extremamente delicada nos setores norte de Gaza, onde os ataques aéreos se concentram, especialmente na Cidade de Gaza, onde estão ocorrendo incursões terrestres. Os serviços médicos estão sobrecarregados, com ambulâncias incapazes de atender a todas as chamadas. As pessoas feridas dependem de voluntários para serem levadas a hospitais.
A população de Gaza se sente isolada do mundo, incapaz de se comunicar ou verificar a situação de seus familiares nas áreas visadas pelos ataques. O pesadelo parece não ter fim, tornando-se cada vez mais difícil sobreviver em meio a um conflito devastador.
A história de Bilal Abu Mostafa, dono de uma barbearia destruída pelos ataques, é um exemplo emblemático da resiliência do povo de Gaza. Mesmo diante das adversidades, ele improvisou uma barbearia em uma ambulância danificada e se dedica a ajudar as vítimas mais graves, que não podem se locomover para cortar o cabelo.
A situação em Gaza é desesperadora e requer atenção urgente da comunidade internacional. A população está vivendo um verdadeiro pesadelo, lidando com a perda de entes queridos, falta de alimentos e assistência médica adequada. Mais esforços devem ser feitos para interromper o ciclo de violência e promover a paz na região.
