Por décadas, a Igreja tem sido abalada por escândalos envolvendo padres pedófilos e o encobrimento de seus crimes. Esses episódios mancharam a credibilidade da instituição e resultaram em acordos financeiros que custaram centenas de milhões de dólares. A comissão enfatizou a importância da indenização para as vítimas, não apenas como um ressarcimento financeiro, mas como um compromisso concreto com o processo de cura das vítimas.
Além disso, a comissão destacou a necessidade de reconhecimento dos erros, pedidos públicos de desculpas e outras formas de apoio às vítimas e suas comunidades. O relatório também apontou a importância da transparência, do acesso das vítimas aos documentos relacionados aos seus casos e da punição eficaz dos infratores.
O papa Francisco tem sido alvo de críticas em relação à forma como a Igreja tem lidado com os casos de abuso sexual por parte do clero. Durante sua visita à Bélgica em setembro, o rei e o primeiro-ministro do país pediram ações mais concretas para as vítimas. A última cúpula do Vaticano, que reuniu bispos de todo o mundo, também resultou em um pedido de desculpas pela dor causada aos católicos abusados.
A comissão antiabuso do Vaticano, criada por Francisco em 2013, foi a primeira do gênero. No entanto, ela tem sido alvo de críticas de sobreviventes de abuso, que alegam que as reformas implementadas não são eficazes na proteção das crianças. Diante desse cenário, a pressão sobre a Igreja Católica para lidar de forma adequada com os casos de abuso e para garantir justiça às vítimas continua a crescer.