Segundo o Ministério do Comércio da China, a cota total de importação para 2026 para os países afetados será de 2,7 milhões de toneladas, uma redução em relação ao recorde de 2,87 milhões atingido em 2024. As novas cotas também se mostram inferiores aos níveis de importação registrados nos primeiros 11 meses de 2025, impactando especialmente Brasil e Austrália, que são grandes fornecedores.
Em um comunicado, o ministério expressou preocupação com o aumento das importações de carne bovina, que, segundo eles, prejudicaram seriamente a indústria interna. Essa medida se baseia em uma investigação que começou em dezembro do ano passado e passará a valer a partir de 1º de janeiro, com um cronograma de aumento gradual da cota anual. As importações de carne bovina caíram 0,3% nos primeiros 11 meses de 2023, totalizando 2,59 milhões de toneladas, uma tendência que deve continuar em 2026, de acordo com analistas de mercado.
Especificamente, a competitividade da criação de gado bovino na China é considerada baixa em comparação a países como Brasil e Argentina, e mudanças significativas nesse cenário não devem ocorrer em curto prazo, mesmo com melhorias tecnológicas ou reformas no setor.
Em 2024, o Brasil despontou como o maior exportador de carne bovina para a China, com 1,34 milhão de toneladas, seguido pela Argentina e Uruguai. Neste ano, até novembro, o Brasil já havia enviado 1,33 milhão de toneladas, excedendo as novas cotas estabelecidas. Enquanto isso, as exportações australianas cresceram, especialmente após a China ter permitido que licenças de importação dos EUA expirassem, resultando em volumes muito baixos para os norte-americanos.
Diante do aumento das tarifas, representantes do setor na Austrália já se manifestaram, destacando que há muitos outros mercados dispostos a receber seu produto. Essa medida também se dá em um contexto de escassez global de carne bovina, que elevou os preços em várias regiões, incluindo os EUA.
O anúncio da China segue duas extensões de sua investigação sobre as importações do setor, que, segundo oficiais, não se destina a um único país em particular. A imposição das tarifas será uma forma de conter o declínio nos estoques de vacas reprodutoras no país e proporcionar um período de adaptação para as empresas locais. Além disso, o governo chinês tem intensificado suas políticas de apoio à indústria da carne bovina, destacando que a criação de gado teve resultados positivos nos últimos meses.
