INTERNACIONAL – “Chega Alcança Recorde de Votos e Desafia Bipartidarismo em Portugal Após Eleições Anticipadas”



Neste domingo, as eleições antecipadas em Portugal revelaram um forte avanço do Chega, partido de extrema direita, que recebeu um número recorde de votos e se posicionou como um potencial líder da oposição. A Aliança Democrática (AD), partido de centro-direita, novamente não conseguiu conquistar a maioria necessária, perpetuando a instabilidade política que o país enfrenta há anos.

Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder da AD, comemorou o resultado que garantiu a seu partido o maior número de cadeiras no Parlamento, ressaltando que isso representa um voto de confiança da população em sua plataforma. No entanto, com os votos do exterior ainda a serem contabilizados, o Chega, liderado por André Ventura, poderia ascender ao posto de principal partido oposicionista, rompendo assim uma história de dominação bipartidária que perdura por cinco décadas.

Em um discurso inflamado para seus apoiadores em Lisboa, Ventura anunciou a dissolução do bipartidarismo em Portugal. Ele clamou: “Hoje, podemos declarar com segurança, diante de todo o país, que o bipartidarismo em Portugal acabou”, destacando que sua ascensão, com a conquista de 58 cadeiras e 22,6% dos votos, refutou as previsões de várias pesquisas de opinião.

A AD, embora tendo aumentado sua representação para 89 cadeiras (32,1% dos votos), se recusou a estabelecer qualquer aliança com o Chega, optando por um governo minoritário. A formação de um governo instável pode complicar a implementação de reformas estruturais e grandes projetos importantes para o futuro do país, como as iniciativas relacionadas à mineração de lítio e à privatização da companhia aérea TAP.

Este é o terceiro pleito realizado em três anos em Portugal, um processo que teve início depois que o governo de Montenegro perdeu a votação de confiança no mês de março, em decorrência de questionamentos sobre sua integridade. Montenegro afirmou que os portugueses desejam estabilidade e uma legislatura completa de quatro anos.

Enquanto os resultados ainda ecoavam nas ruas, cidadãos expressaram preocupações sobre o crescente poder do Chega, associando sua ascensão a fenômenos políticos vistos em outros países, como o governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Antonio Albuquerque, residente em Lisboa, declarou que, em sua vida, foi a primeira vez que não votou, evidenciando a desconfiança em relação às opções disponíveis.

As implicações deste resultado podem ser profundas, não apenas para a política interna, mas também para a própria democracia em Portugal, levando muitos a se perguntar sobre o futuro do país diante de uma crescente polarização política.

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