INTERNACIONAL – “Chefes de Estado e governo do G77 + China divulgam declaração conjunta sobre desenvolvimento tecnológico e críticas à hegemonia de grupos monopolistas”

Os líderes do Grupo dos 77 mais China emitiram uma declaração conjunta ao final da cúpula realizada em Havana, apresentando sua posição sobre desenvolvimento tecnológico e outros assuntos relevantes. O encontro contou com a presença do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e foi sediado por Cuba. O grupo, criado em 1964 com 77 países-membros, agora é composto por 134 nações em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, além da China.

O documento divulgado pelos líderes do G77 mais China contém 47 tópicos e aborda, entre outros temas, a crítica à hegemonia de grupos monopolistas no setor de tecnologia da informação e internet. Os líderes manifestam sua rejeição aos monopólios tecnológicos e outras práticas injustas que impedem o desenvolvimento tecnológico dos países em desenvolvimento. Eles enfatizam que os avanços das tecnologias de informação e comunicação não devem ser utilizados como ferramentas de contenção e supressão do desenvolvimento econômico e tecnológico de outros Estados. O grupo pede à comunidade internacional a promoção de um ambiente aberto, justo, inclusivo e não discriminatório para o desenvolvimento científico e tecnológico.

Além disso, a declaração conjunta solicita que a comunidade internacional e os organismos da ONU adotem medidas urgentes para garantir o acesso equitativo dos países em desenvolvimento a medidas, produtos e tecnologias relacionadas à saúde, especialmente para lidar com pandemias presentes e futuras. O G77 mais China também reconhece o papel crucial da tecnologia no combate às mudanças climáticas, que têm impactos desproporcionais nos países em desenvolvimento. O texto ressalta a necessidade de uma resposta eficaz às alterações climáticas, incluindo o aumento do financiamento, transferência de tecnologia e fortalecimento de capacidades com base nas necessidades dos países em desenvolvimento.

O presidente Lula, em seu discurso na cúpula, também criticou o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde a década de 1960. Essa é a primeira visita oficial de um presidente brasileiro ao país caribenho em nove anos. Após a cúpula em Havana, Lula seguirá para Nova York, onde fará o primeiro discurso do debate geral da 78ª Assembleia Geral da ONU. Será a oitava vez que o ex-presidente Lula abrirá o debate geral dos chefes de Estado. Ele também participará do lançamento de uma iniciativa global para promoção do trabalho decente, juntamente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e terá diversas reuniões bilaterais e multilaterais com outros líderes internacionais.

A presença brasileira na cúpula e na Assembleia Geral da ONU mostra a importância do Brasil no cenário internacional e a preocupação do país com questões relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, saúde, meio ambiente e trabalho decente. A declaração conjunta do Grupo dos 77 mais China reflete a busca por um desenvolvimento justo e equitativo, no qual os países em desenvolvimento possam ter acesso às tecnologias e recursos necessários para impulsionar seu progresso socioeconômico.

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