Lula enfatizou a importância de um multilateralismo robusto, sustentando que a integração financeira e comercial entre os membros do BRICS pode servir como uma alternativa viável ao protecionismo crescente. “O comércio e a integração financeira entre nossos países oferecem opções seguras para mitigar os efeitos desse movimento protecionista”, declarou o presidente durante o encontro.
Após destacar que o grupo representa 40% do PIB global e quase 50% da população mundial, Lula afirmou que os membros do BRICS estão bem posicionados para promover uma industrialização sustentável, gerando empregos e melhorando as condições econômicas locais. Ao abordar a questão da governança, o presidente brasileiro salientou que a atual crise nesse aspecto não é meramente conjuntural, mas que o BRICS precisa demonstrar que a cooperação pode superar rivalidades.
O presidente também criticou a estagnação da Organização Mundial do Comércio, mencionando que princípios fundamentais do comércio livre têm sido desconsiderados devido a medidas unilaterais. Segundo ele, a imposição de tarifas e sanções por certas nações representa uma ameaça à autonomia e liberdade de ação dos países que buscam fortalecer seus laços comerciais.
Além das questões econômicas, Lula destacou as necessidades prementes em relação a conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e a situação na Faixa de Gaza. Ele defendeu a ausência de intervenções militares nas questões internas de cada país, ressaltando a histórica adesão da América Latina à paz e à cooperação internacional.
Outro ponto importante abordado foi a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, Brasil, no próximo ano. Lula sugeriu a criação de um Conselho de Mudança do Clima da ONU, com o objetivo de integrar diferentes atores em uma discussão mais ampla sobre o impacto das mudanças climáticas, principalmente nos países em desenvolvimento.
Os líderes que participaram da cúpula incluem representantes da China, Rússia, Índia, África do Sul, entre outros, salientando a importância da união diante de desafios globais. Juntos, eles buscam não apenas aumentar a integração econômica, mas também fortalecer a cooperação em diversos outros âmbitos, preparando-se para as discussões que ocorrerão na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no final do mês. Lula finalizou o encontro defendendo um “multilateralismo revigorado” para enfrentar os desafios contemporâneos e garantir um futuro mais justo e sustentável para todos os países envolvidos.
