Os membros do Brics manifestaram sua profunda preocupação em relação aos ataques perpetrados contra instalações nucleares de caráter pacífico, ressaltando que estas ações infrigem tanto o direito internacional quanto as resoluções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo a declaração, é de suma importância que as medidas de salvaguardas, segurança e proteção nuclear sejam sempre respeitadas, inclusive em tempos de conflito, para salvaguardar a população e o meio ambiente. Além disso, o grupo reiterou seu apoio a iniciativas diplomáticas que possam ajudar a resolver os desafios regionais.
Nesse sentido, o Brics defende a criação de uma zona livre de armas nucleares e outros armamentos de destruição em massa no Oriente Médio, em conformidade com resoluções internacionais. O bloco também fez um chamado à comunidade internacional para fomentar um diálogo que busque uma solução pacífica para as controvérsias, considerando que a escalada das tensões pode ter consequências imprevisíveis para a paz e segurança globais e para a economia mundial.
Recentemente, o conflito teve início após acusações de Israel de que o Irã estaria próximo de desenvolver armas nucleares. No dia 13 de junho, Israel lançou um ataque surpresa ao país, exacerbando a guerra na região. Dias depois, os Estados Unidos atacaram três usinas nucleares iranianas, criando um cenário de incertezas e alarma.
O Irã, por sua vez, assegura que seu programa nuclear é destinado apenas a fins pacíficos e que estava em processo de negociação com os EUA para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. No entanto, a AIEA expressou preocupações sobre a conformidade do Irã com suas obrigações, embora não tenha encontrado provas concretas de que o país estivesse desenvolvendo uma bomba atômica.
A tensão se intensificou ainda mais quando, na noite de segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre Israel e Irã. Contudo, os combates continuaram. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que as forças de seu país conseguiram eliminar a ameaça de um programa nuclear iraniano, enquanto o Irã negou ter aceitado os termos do acordo, embora tenha prometido suspender as hostilidades. A situação permanece volátil, deixando no ar uma série de questões sobre o futuro das relações internacionais na região.