INTERNACIONAL – Brasileiros detidos em flotilha permanecem incomunicáveis; Israel nega acesso a diplomatas e advogados durante interrogatórios após captura em águas internacionais.

Vinte e quatro horas após a detenção dos integrantes da Global Sumud Flotilha por parte das forças israelenses, a situação dos ativistas é preocupante. Até o momento, eles permanecem incomunicáveis e sem qualquer assistência diplomática. Os diplomatas brasileiros tentaram, em duas ocasiões, garantir acesso aos 12 membros da delegação nacional que estavam a bordo da flotilha e que agora estão detidos no porto de Ashdod, em Israel. Contudo, esse pedido foi negado, mesmo após a informação de que os ativistas estavam sendo interrogados.

Lara Souza, coordenadora da delegação e esposa do ativista Thiago Ávila, também em situação de incomunicabilidade, relatou a gravidade da situação. Segundo ela, as tentativas de contato com o Itamaraty foram frustradas, e não foi concedida permissão para que os brasileiros se comunicassem com a embaixada do Brasil. “Não foi permitido a ele contato com a embaixada brasileira. Nem a ele, nem a nenhum dos demais brasileiros”, destacou Lara, evidenciando a falta de informação e a incerteza que cercam os familiares dos detidos.

Além dos 12 brasileiros já confirmados nas mãos das autoridades israelenses, ainda há duas pessoas, João Aguiar e Miguel de Castro, que estavam a bordo dos barcos Mikeno e Catalina, respectivamente, e cuja detenção ainda não foi oficialmente reconhecida por Israel. A situação é ainda mais complexa devido ao feriado de Yom Kippur, o que teria dificultado os procedimentos regulares de comunicação e a procura por assistência legal.

Os advogados que tentaram acompanhar o caso também enfrentaram dificuldades, com uma advogada inicialmente sendo impedida de acessar os detidos. Após alguma negociação, informações indicaram que ela havia obtido permissão, mas até o momento não houve retorno sobre o estado de saúde ou a situação dos ativistas.

Com aproximadamente 500 pessoas do grupo total detidas em águas internacionais, a comunidade internacional e os familiares aguardam uma esclarecimento sobre a situação, que levanta questões sobre direitos humanos e a legalidade das ações das forças israelenses. A embaixada brasileira em Israel afirmou que o primeiro contato com os brasileiros detidos deverá ocorrer na próxima sexta-feira.

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