INTERNACIONAL – Brasil se une a 19 países em Madri para discutir sanções a Israel e soluções para crise na Gaza e criação de Estado palestino.

No último domingo, dia 25, Madri foi palco de uma importante reunião diplomática que contou com a presença de representantes de 19 nações, incluindo o Brasil. O foco central do encontro foi discutir medidas de auxílio à Faixa de Gaza e pressionar Israel a interromper suas ações militares, com a hipótese de sanções sendo uma das alternativas em consideração. A agenda ainda se concentrou na viabilização da solução de dois Estados, um palestino e outro israelense, apesar da contínua resistência de Israel em aceitar a criação de um Estado palestino.

A reunião, organizada pelo governo espanhol, teve a participação de ministros das Relações Exteriores de países como Alemanha, Portugal, Reino Unido, Turquia, Egito e Arábia Saudita, entre outros. O Brasil esteve representado pelo chanceler Mauro Vieira, que expressou preocupação com a inação da comunidade internacional diante da grave situação humanitária em Gaza. Vieira criticou o silêncio global em relação aos horrores relatados pela imprensa, alertando que tal omissão é cúmplice diante das atrocidades.

O Itamaraty destacou que o encontro também serviu como etapa preparatória para a Conferência sobre a questão Palestina, agendada para os dias 17 a 20 de junho em Nova York, onde o Brasil terá um papel de liderança em um dos grupos de trabalho.

Israel tem se oposto à ideia de um Estado palestino, justificando essa postura por questões de segurança nacional. Em julho deste ano, uma resolução aprovada pelo parlamento israelense reiterou que a criação de um Estado palestino representaria uma ameaça existencial ao país. Especialistas e acadêmicos, como o professor de relações internacionais Mohammed Nadir, analisaram a reunião como um passo audacioso que poderia marcar uma mudança nas dinâmicas entre a União Europeia e Israel, embora a concretização dessas medidas ainda seja incerta.

O chanceler espanhol, José Manuel Albares, por sua vez, defendeu a suspensão de acordos comerciais com Israel e um embargo de armas, argumentando que a situação em Gaza é uma “ferida aberta na humanidade”. Durante sua fala, ele enfatizou a necessidade de um compromisso coletivo para assegurar que o sonho de um Estado palestino não seja inviabilizado.

Além disso, a ofensiva militar de Israel em Gaza é considerada genocídio por diversas organizações de direitos humanos e nações, uma acusação que Tel-Aviv refuta. Na última semana, uma quantidade irrisória de ajuda humanitária foi permitida a entrar em Gaza, exacerbando a crise humanitária que já afeta milhões de pessoas na região.

Em um histórico que remonta à criação do Estado de Israel em 1948, a situação atual resulta de décadas de conflitos e negociações fracassadas. A comunidade internacional observa com crescente preocupação o desenrolar dos eventos, à medida que as necessidades humanitárias da população em Gaza se tornam cada vez mais urgentes.

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