A reunião, organizada pelo governo espanhol, teve a participação de ministros das Relações Exteriores de países como Alemanha, Portugal, Reino Unido, Turquia, Egito e Arábia Saudita, entre outros. O Brasil esteve representado pelo chanceler Mauro Vieira, que expressou preocupação com a inação da comunidade internacional diante da grave situação humanitária em Gaza. Vieira criticou o silêncio global em relação aos horrores relatados pela imprensa, alertando que tal omissão é cúmplice diante das atrocidades.
O Itamaraty destacou que o encontro também serviu como etapa preparatória para a Conferência sobre a questão Palestina, agendada para os dias 17 a 20 de junho em Nova York, onde o Brasil terá um papel de liderança em um dos grupos de trabalho.
Israel tem se oposto à ideia de um Estado palestino, justificando essa postura por questões de segurança nacional. Em julho deste ano, uma resolução aprovada pelo parlamento israelense reiterou que a criação de um Estado palestino representaria uma ameaça existencial ao país. Especialistas e acadêmicos, como o professor de relações internacionais Mohammed Nadir, analisaram a reunião como um passo audacioso que poderia marcar uma mudança nas dinâmicas entre a União Europeia e Israel, embora a concretização dessas medidas ainda seja incerta.
O chanceler espanhol, José Manuel Albares, por sua vez, defendeu a suspensão de acordos comerciais com Israel e um embargo de armas, argumentando que a situação em Gaza é uma “ferida aberta na humanidade”. Durante sua fala, ele enfatizou a necessidade de um compromisso coletivo para assegurar que o sonho de um Estado palestino não seja inviabilizado.
Além disso, a ofensiva militar de Israel em Gaza é considerada genocídio por diversas organizações de direitos humanos e nações, uma acusação que Tel-Aviv refuta. Na última semana, uma quantidade irrisória de ajuda humanitária foi permitida a entrar em Gaza, exacerbando a crise humanitária que já afeta milhões de pessoas na região.
Em um histórico que remonta à criação do Estado de Israel em 1948, a situação atual resulta de décadas de conflitos e negociações fracassadas. A comunidade internacional observa com crescente preocupação o desenrolar dos eventos, à medida que as necessidades humanitárias da população em Gaza se tornam cada vez mais urgentes.