Vieira enfatizou a firmeza da postura do Brasil ao afirmar que “não há possibilidade de qualquer negociação entre os dois países que envolva interferência em termos judiciais”. Segundo ele, essa resistência se traduz em um compromisso inabalável com a soberania nacional e o respeito às instituições do país. A disposição do Brasil em manter diálogos com os Estados Unidos permanece intacta, mas isso não deve ocorrer à custa da sua autonomia legal.
Durante sua fala, o ministro fez um alerta sobre o caráter inédito da taxa de 50% aplicada sobre diversas exportações brasileiras, uma medida que ele relacionou a questões políticas que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua administração. Ele afirmou que esta tarifa é um reflexo de um processo político interno, alertando que não haverá espaço para qualquer intervenção do poder executivo sobre as deliberações do judiciário brasileiro.
Ele também destacou que o governo brasileiro está adotando uma postura proativa em resposta a essas tarifas, iniciando diálogos com outros países que se veem impactados pelas medidas americanas. Nos últimos dias, o presidente Lula já conversou com líderes da Índia, China, México e França, entre outros.
Além disso, Vieira mencionou a intenção do Brasil de promover uma reforma estrutural na Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando uma renovação que permita uma atuação mais moderna e flexível da entidade. Para Vieira, a separação entre questões comerciais e políticas é fundamental para que um entendimento satisfatório entre Brasil e Estados Unidos possa ser alcançado, demonstrando assim a determinação do governo em enfrentar as adversidades comerciais com um enfoque colaborativo e estratégico.