Lula, que atualmente preside o Mercosul, enfatizou a importância desta assinatura, classificada como possivelmente a maior do mundo em termos comerciais. A expectativa é que, apesar dos desafios a seguir, o acordo trará benesses significativas para ambas as partes. O tratado é resultado de negociações que duraram cerca de 25 anos até a sua finalização em dezembro do ano passado, e compreende dois documentos: o primeiro de natureza econômica, que terá vigência provisória, e um segundo, que será um acordo completo.
Entretanto, a implementação total do acordo ainda enfrenta um caminho árduo. Neste momento, o texto precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu, onde um quórum de 50% mais um deputado é necessário para sua ratificação. Contudo, resistências já surgiram, principalmente de países como a França, que expressam preocupações relacionadas às normas ambientais e ao impacto do acordo sobre sua produção agrícola.
O líder brasileiro reafirmou que a posição da França reflete um protecionismo que não leva em conta a realidade do comércio internacional. Enquanto isso, agricultores europeus têm protestado, alertando sobre possíveis entradas de produtos sul-americanos que não atendem aos rigorosos padrões de segurança alimentar da UE.
Adicionalmente, o Brasil ressaltou que quaisquer regulamentos de salvaguardas a serem adotados pela União Europeia devem estar de acordo com os termos pactuados no acordo. Apesar das controvérsias, a Alemanha e a Espanha defenderam a assinatura do tratado, argumentando que isso ajudaria a compensar perdas comerciais e a diversificar a dependência europeia de mercados fora da China.
Durante a coletiva, Lula também anunciou que a cerimônia de assinatura ocorrerá em Brasília, com a presença de líderes do Mercosul. No entanto, a reunião de alto nível pode ser remarcada para o início de janeiro devido à ausência do presidente do Paraguai na data do evento. A realização dessa cúpula será crucial não apenas para formalizar o acordo, mas também para redefinir os rumos comerciais da região.
