Lula expressou otimismo sobre a profundidade do relacionamento, afirmando que os atos assinados revelam o dinamismo que ele e o presidente chinês Xi Jinping têm impresso à colaboração bilateral. Entre as iniciativas destacadas pelo presidente brasileiro, um dos acordos visa fortalecer a cooperação entre os estaleiros de ambas as nações, alinhando-se ao objetivo de revitalizar a indústria naval no Brasil.
Além disso, diversos protocolos na área da saúde foram firmados, com a intenção de aumentar a capacidade de produção de medicamentos e vacinas, assim como de equipamentos médicos. Essa ampliação da industrialização no setor de saúde é vista como um passo crucial para aprimorar a autonomia do Brasil nessa área essencial.
No âmbito da infraestrutura, Lula anunciou que, como parte do programa Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China, mais dois satélites, CBERS 5 e 6, serão lançados. Esses satélites irão produzir e compartilhar imagens que poderão ser utilizadas em diversas áreas, como meio ambiente, agricultura e previsões meteorológicas, beneficiando especialmente os países do Sul Global.
O presidente também discorreu sobre a mobilização de financiamentos voltados a projetos de infraestrutura e energia, mencionando uma recente missão chinesa que avaliou oportunidades de investimento nas Rotas de Integração Sul-Americana. Ele enfatizou que essas rotas não são apenas corredores de exportação, mas sim vetores que impulsionam o desenvolvimento econômico.
Um exemplo concreto citado por Lula foi o Túnel de Santos, um projeto que vem atraindo o interesse de investidores chineses. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que durante as reuniões na China, ações voltadas para o setor portuário foram assinadas, com investimentos que podem ultrapassar R$ 6 bilhões. O leilão para determinar o consórcio responsável pela construção do túnel está previsto para ocorrer em agosto, com um grupo de empresas chinesas planejando visitar o Brasil nos próximos dias para participar da formação de consórcios.
As relações comerciais entre Brasil e China se tornam ainda mais relevantes no contexto atual. Em 2023, o Brasil estabeleceu um recorde nas exportações para a China, totalizando US$ 157,5 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 104,3 bilhões. Com isso, as exportações brasileiras para o país asiático superaram a soma das vendas para os Estados Unidos e a União Europeia, destacando a importância da China como o maior parceiro comercial do Brasil.