Um dos pontos centrais da fala do presidente foi a crítica a sanções unilaterais, especialmente referindo-se à política externa dos Estados Unidos. Ele enfatizou o aumento do autoritarismo global e a erosão do multilateralismo, apontando que a autoridade da ONU está sob pressão. Lula apontou que o mundo está se direcionando para uma desordem internacional marcada pela violação da soberania e por intervenções políticas arbitrárias.
O presidente também fez referência ao recente julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, pela primeira vez na história do país, foi condenado por ações que ameaçaram a democracia. Segundo Lula, não pode haver pacificação enquanto houver impunidade. Ele destacou que a soberania do Brasil é inegociável e que a democracia deve ser defendida com vigor. Ao afirmar que democracias sólidas vão além do simples ato eleitoral, Lula promoveu um discurso que abrangeu a necessidade de combater desigualdades existentes, especialmente aquelas que afetam as mulheres e os migrantes.
Em outro trecho, o presidente falou sobre as chamadas Big Techs, reconhecendo seus potenciais benefícios e riscos. Mencionou que o Brasil recentemente aprovou uma legislação avançada para proteger crianças e adolescentes na Internet, reforçando a ideia de que uma democracia eficaz é medida pela segurança das suas famílias.
Um dos momentos mais impactantes da fala foi a condenação do que Lula chamou de “genocídio em Gaza”. Ele sublinhou que, apesar dos atos de violência do Hamas, isso não justifica a devastação das vidas civis palestinas e pediu ao mundo que reconheça a Palestina como um Estado.
Por fim, Lula trouxe à tona a questão ambiental, solicitando que a mudança climática fosse colocada no centro das discussões da ONU. Ele propôs a criação de um conselho para monitorar as ações climáticas globais, destacando a urgência do combate ao aquecimento global. O clima está em foco, principalmente com a COP30 em Belém, no Brasil, que promete ser um marco para o compromisso global com o futuro do planeta.
O discurso de Lula não apenas enfatizou a posição do Brasil em relação a várias questões globais, mas também reafirmou seu compromisso com valores humanistas, refletindo sobre as perdas recentes de líderes que encarnaram esse ideal. No encerramento, fez um apelo à ação e à coragem para transformar o futuro em um lugar melhor, destacando que a mudança depende das escolhas que fazemos diariamente.