Os acadêmicos apontam que a democracia brasileira, apesar de suas falhas, apresenta um vigor que parece ausente na americana. Eles sugerem que, cientes do legado autoritário do Brasil, as instituições locais não consideraram a democracia uma conquista garantida, levando a ações concretas para responsabilizar Bolsonaro. Em contraste, os EUA, a partir de sua abordagem em relação ao ex-presidente Donald Trump, demonstraram ineficácia em lidar com comportamentos que ameaçaram a ordem democrática, destacando a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, instigada por Trump após a derrota nas eleições de 2020.
O artigo enfatiza que o Supremo Tribunal Federal do Brasil agiu onde as instituições norte-americanas não conseguiram, levando à justiça um ex-presidente por ataques diretos à democracia. Em suas observações, os especialistas lamentam a falta de resposta das instituições dos EUA frente a ações consideradas antidemocráticas por parte de Trump. Essa comparação traz à tona a discussão sobre a eficácia das instituições em assegurar a responsabilidade de líderes que tentam desestabilizar os processos democráticos.
Além disso, os autores apontam que ações tomadas pelo governo Trump, incluindo tarifas e sanções direcionadas a figuras brasileiras, revelam uma tentativa de subverter a democracia no Brasil. O alerta é claro: as democracias não são auto-suficientes e requerem uma vigilância constante para assegurar sua integridade. Referências a regimes autoritários da Europa nas décadas de 1920 e 1930 servem como advertência sobre as consequências da passividade diante de ameaças à democracia.
No tocante a Bolsonaro, evidências da Polícia Federal indicam conspirações para anular as eleições e bloquear a posse do atual presidente. Após os eventos do dia 8 de janeiro de 2023, a resposta da Justiça brasileira foi robusta, com o intuito de impedir o retorno de Bolsonaro ao poder, ilustrando um comprometimento significativo com a defesa do Estado democrático.
O texto conclui deixando claro que falhas institucionais em um país podem levar a um declínio autoritário, uma realidade que alerta sobre os riscos que a democracia enfrenta em diferentes partes do mundo. Esse panorama evidencia a relevância da ação judicial em momentos críticos para a manutenção da ordem democrática e a necessidade de vigilância contínua contra tendências autoritárias.