Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou profunda preocupação com a crescente escalada de violência na região. O documento apelou para que “todos os atores exerçam a máxima contenção” a fim de evitar que a situação se transforme em um conflito de proporções devastadoras e consequências imprevisíveis, especialmente para as vidas civis. O episódio foi classificado pelo governo brasileiro como um “flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã”, descrito também como uma violação dos princípios da Carta das Nações Unidas.
O Itamaraty reforçou ainda que atos de violência, como o assassinato de Haniyeh, comprometem as negociações em andamento para um cessar-fogo duradouro e para a libertação de reféns. “Tais atos dificultam ainda mais as chances de uma solução política para o conflito em Gaza”, afirma o comunicado.
O Brasil também instou a comunidade internacional a redobrar esforços para impedir o agravamento das hostilidades. “Para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, é essencial implementar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em conformidade com a Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, diz o texto.
A condenação brasileira não se limitou ao ataque em Teerã. Na terça-feira (30), o Itamaraty criticou veementemente um ataque aéreo israelense em uma área residencial de Beirute, que resultou na morte de Fu’ad Shukro, comandante militar do Hezbollah. O governo brasileiro alertou para a espiral de violência que prejudica gravemente as populações civis e reforçou a necessidade de buscar uma solução pacífica e diplomática para as crescentes hostilidades.
Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento no mesmo dia, sustentando que Israel dará respostas “esmagadoras” contra seus inimigos. Em referência ao ataque contra o Hezbollah, Netanyahu explicou que a ação foi uma retaliação a um míssil que resultou na morte de pelo menos 12 crianças israelenses, descrevendo o evento como “uma terrível carnificina”.
Este cenário assinala mais uma fase crítica em um conflito já prolongado, reforçando a urgência de um cessar-fogo e de esforços internacionais coordenados para alcançar a paz e estabilidade na região. O apelo do Brasil ecoa a necessidade de uma ação imediata para evitar uma tragédia humanitária ainda maior.