INTERNACIONAL – Autocracias Dominam o Mundo: 72% da População Vive Sem Liberdade, Revela Relatório Internacional sobre Democracia de 2025

Em um panorama alarmante para a democracia global, as autocracias emergiram como a forma de governo predominante no mundo, segundo um recente relatório elaborado por uma instituição da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. No fechamento de 2024, foram contabilizadas 91 autocracias em contraste com 88 democracias, um retrocesso que revela uma inversão preocupante em relação ao ano anterior.

O estudo classifica autocracias como regimes nos quais o poder é centralizado em uma única pessoa ou um grupo restrito, resultando em severas limitações às liberdades civis e políticas. Em contrapartida, uma democracia é caracterizada por eleições livres, multipartidárias e justas, além de garantir direitos básicos como a liberdade de expressão e de associação, e a proteção da igualdade perante a lei.

De forma inquietante, o relatório indica que cerca de 72% da população mundial, aproximadamente 5,8 bilhões de indivíduos, encontra-se atualmente sob regimes autocráticos, um índice que não era tão elevado desde 1978. Os pesquisadores analisaram a realidade política em 179 países e destacaram que as autocracias são mais prevalentes em regiões como o Oriente Médio e Norte da África, assim como na Ásia do Sul e Central, e na África Subsaariana. Por outro lado, democracias tendem a ser mais comuns na Europa Ocidental, América do Norte e em algumas áreas do Leste Asiático e Pacífico.

Entre as principais ameaças identificadas ao estado da democracia, destacam-se a desinformação e a polarização política. O relatório sugere que governos autocráticos frequentemente utilizam a desinformação para incitar sentimentos de desconfiança entre a população. A polarização, por sua vez, tem contribuído para uma erosão da confiança nas instituições governamentais, prejudicando a coesão democrática.

Em adicional, a situação política nos Estados Unidos é alarmante, especialmente em um ano eleitoral marcado por uma polarização extrema. Essa tensão foi evidente em diversos eventos, incluindo o Brexit e as eleições presidenciais de 2016, que exemplificam como a polarização pode sobrepor os princípios democráticos. O aumento da polarização foi notório em nove países ao longo de 2024.

O relatório também salienta que a violência política e os ataques à liberdade de imprensa foram exacerbados durante as eleições realizadas em 2024. Aproximadamente 14 das 61 eleições observadas foram marcadas por um crescimento das hostilidades, com o México registrando sua eleição mais violenta da história recente, que resultou no assassinato de pelo menos 37 candidatos, além da tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia e de um ex-presidente dos EUA. Esses dados pintam um quadro sombrio da saúde democrática mundial e enfatizam a necessidade urgente de intervenção e proteção dos direitos civis.

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