O Madleen, pertencente à Freedom Flotilla Coalition, tem como objetivo estabelecer um canal para o transporte de alimentos e medicamentos à Gaza, visando quebrar o bloqueio considerado ilegal por diversas entidades internacionais. Durante a manifestação, Lara Souza, esposa do ativista brasileiro Thiago Ávila, que integra o grupo de detidos, informou que ele e os demais participantes estão bem e foram levados a uma base militar. “Recebemos notícias de que estão recebendo assistência consular da diplomacia brasileira. Não sabemos ainda se serão deportados ou se haverá nova detenção”, disse Lara.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também se manifestou sobre a situação. Em nota oficial, o órgão pediu a liberdade dos ativistas, ressaltando que a interceptação ocorreu em águas internacionais. O governo brasileiro enfatizou a urgência de que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em território palestino, em conformidade com suas obrigações como potência ocupante.
Thiago Ávila, nascido no Distrito Federal e coordenador da Freedom Flotilla Coalition, estava acompanhado da ativista sueca Greta Thunberg e de outros dez defensores dos direitos humanos na embarcação. A situação da tripulação chamou a atenção internacional, especialmente após uma declaração do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que anunciou a intenção do Exército em impedir a chegada da embarcação a Gaza e a deportação da tripulação.
A nota do Itamaraty informa que as embaixadas brasileiras estão em estado de alerta para oferecer assistência consular, conforme as diretrizes estabelecidas pela Convenção de Viena sobre Relações Consulares. Durante o ato em Brasília, Laura Lemos, integrante da direção da Flotilha da Liberdade, fez um apelo à comunidade internacional: “Que transformemos este momento em uma movimentação mais forte contra o cerco ilegal a Gaza e pela defesa dos direitos do povo palestino.” Ela ainda pediu que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas com Israel, em um chamado pela justiça e pela paz na região.