INTERNACIONAL –

Ativista brasileiro é ameaçado de deportação de Israel após interromper protesto com greve de fome em meio a polêmicas humanitárias



O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, enfrenta a possibilidade de deportação de Israel até esta quinta-feira, dia 12. A decisão foi proferida por um tribunal israelense durante uma audiência que tratou da detenção de ativistas da Flotilha da Liberdade, que foram capturados em águas internacionais. O caso foi qualificado como crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos do Brasil, provocando repercussões em nível nacional e internacional.

A situação de Thiago se agravou após ele iniciar uma greve de fome, iniciada na noite do dia 10, em protesto contra o que descreve como um sequestro. O ativista, que é apoiado pela defesa da organização Adalah, ainda não teve a oportunidade de se encontrar pessoalmente com seus familiares, que estão angustiados e preocupados com sua saúde e integridade.

Segundo a esposa de Thiago, Lara Souza, a corte decidiu pela deportação, mesmo com os advogados argumentando que os ativistas não cometeram delito algum. De acordo com as leis israelenses, o prazo para liberdade dos detidos é de 72 horas após a detenção, mas uma nova audiência foi agendada para 8 de julho, caso os ativistas ainda não tenham sido deportados.

Thiago se recusa a assinar um documento que reconheceria sua entrada ilegal em Israel, o que, segundo representantes da Flotilha da Liberdade Brasil, equivale a um reconhecimento de culpa. Ele é considerado um preso político, e sua recusa em cooperar é vista como uma demonstração de resistência contra o que qualificam de prisão injusta significativa. Juntamente com outros 11 ativistas, Thiago foi detido enquanto tentava enviar alimentos e medicamentos para Gaza.

O governo brasileiro manifestou sua preocupação e condenou a interceptação dos ativistas em águas internacionais, afirmando que isso representa uma violação do direito internacional. Em nota oficial, o Itamaraty requisitou que Israel assegurasse o bem-estar de Thiago e outros detidos.

Por outro lado, Israel divulgou imagens ironizando os ativistas, referindo-se ao barco como “Iate Selfie” e argumentando que a ajuda humanitária está sendo tratada de maneira adequada por canais oficiais, negando a necessidade da ação dos ativistas. A situação humanitária em Gaza é crítica, com a ONU denunciando a escassez extremos de alimentos e medicamentos, exacerbadas pelo bloqueio israelense.

No cenário global, a Flotilha da Liberdade inspira uma marcha de solidariedade em direção a Gaza, reunindo milhares de ativistas de 51 países. Esta mobilização pretende destacar as dificuldades enfrentadas pela população local em meio a um bloqueio severo e busca promover a entrada de ajuda humanitária na região. As tensões permanecem elevadas, com a situação de Thiago Ávila simbolizando um relato mais amplo das questões de direitos humanos e liberdade de expressão nas zonas de conflito.

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