Os sindicatos de ferroviários, metroviários, taxistas, portuários e aeronautas aderiram à paralisação de 24 horas, que também conta com o apoio de trabalhadores da educação, saúde, bancários e da administração pública. A adesão à greve teve impacto direto no transporte público, com o cancelamento de voos e a interrupção dos metrôs e trens em Buenos Aires.
A CGT, em comunicado oficial, denunciou o peso do ajuste fiscal sobre os trabalhadores e aposentados, enquanto o setor financeiro tem registrado lucros consideráveis. Além disso, a central sindical critica a postura insensível do governo em relação às demandas dos trabalhadores, as privatizações e os cortes de verbas na saúde e educação, pedindo por negociações justas para reajustes salariais e aposentadorias, e a retomada das obras públicas.
Por outro lado, o presidente Javier Milei e seus aliados demonstraram desagrado com a greve geral, repostando críticas e minimizando a importância do movimento. O governo sustenta que o ajuste fiscal é necessário para a recuperação econômica e a queda da inflação, que tem sido um desafio para a Argentina nos últimos anos.
Apesar dos esforços do governo em estabilizar a economia, críticos apontam para o alto custo social que a população tem arcado, especialmente os trabalhadores e os mais vulneráveis. Enquanto isso, Buenos Aires busca um novo acordo com o FMI para reforçar suas reservas, em mais um capítulo de uma relação marcada por empréstimos e ajustes ao longo da história do país. A luta entre governo e trabalhadores parece longe de chegar a um consenso, deixando a Argentina mais uma vez dividida entre interesses econômicos e sociais.