As tropas estadunidenses se integrarão a exercícios militares conjuntos com as Forças Armadas da Argentina e do Chile. O primeiro desses exercícios, denominado “Solidariedade”, está programado para ocorrer entre os dias 6 e 10 de outubro, na cidade de Puerto Varas, no Chile. O foco deste treinamento será a preparação para situações de desastres naturais, alinhada a um acordo de cooperação que foi estabelecido entre os países em 1997.
Posteriormente, o exercício “Trident” será realizado na Argentina, abrangendo o período de 20 de outubro a 15 de novembro. As atividades ocorrerão em várias bases navais, incluindo Mar del Plata, Usuaia e Puerto Belgrano, e se concentrarão em simulações que incluem defesa naval e assistência humanitária.
Contudo, a decisão de Milei não ocorreu sem controvérsias. A Constituição argentina exige que o Congresso Nacional dê seu aval para a entrada de tropas estrangeiras, uma norma que está sendo questionada por críticos do governo. O governo defende que a utilização do decreto é uma medida excepcional, uma vez que há um projeto de lei relacionado à autorização tramitando no Parlamento, mas que ainda não foi deliberado.
A situação gera expectativa sobre os próximos passos do legislativo. A Comissão Bicameral Permanente deve se debruçar sobre a legalidade do decreto nos próximos dias, o que poderá influenciar diretamente a relação da Argentina com os Estados Unidos e a percepção da população sobre a soberania nacional.
A adoção dessa medida ocorre em um contexto em que o governo de Donald Trump já havia manifestado intenção de oferecer suporte financeiro a Milei. Essa conexão entre os governos levanta ainda mais discussões sobre o futuro das relações bilaterais e sua repercussão interna, em um momento em que a Argentina busca estabilidade em meio a desafios econômicos e sociais.