Lula expressou sua frustração em relação à decisão da Europa, que, segundo ele, pediu mais tempo devido a questões internas relacionadas à proteção da agricultura. O presidente destacou a importância do acordo como um passo significativo em defesa do multilateralismo e para fortalecer a posição da América do Sul em um cenário global competitivo. Ele revelou que recebeu uma carta dos líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu manifestando otimismo em relação à assinatura do acordo em janeiro, sinalizando que a intenção é de unir esforços para viabilizar a parceria, apesar dos obstáculos que surgiram.
O contexto do adiamento envolve uma discussão sobre a distribuição de verbas para a agricultura dentro da UE, especificamente com o governo da Itália. Lula mencionou uma conversa que teve com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, na qual a líder afirmou que estaria pronta para assinar o tratado no início de janeiro. Em sua análise, Lula reforçou que a resistência não era um empecilho absoluto, pois outros líderes europeus, como Ursula von der Leyen e António Costa, acreditam que a França, que tem se mostrado contrária ao acordo, não poderá obstruir o processo individualmente.
O acordo, que está sendo negociado há 26 anos e abrange um mercado de 722 milhões de habitantes com um PIB de US$ 22 trilhões, representa um dos maiores tratados de livre comércio do mundo. Os termos gerais do acordo foram anunciados em 2019, e desde então, os textos específicos para a assinatura final têm sido elaborados.
Além do foco no acordo UE-Mercosul, Lula também mencionou o impulso nas parcerias comerciais com outros países e blocos, como a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), a Índia, os Emirados Árabes Unidos, o Canadá, o Japão e o Vietnã. Ele destacou a necessidade de fomentar o comércio entre os países da América Latina, visando aumentar o fluxo comercial intrarregional, que atualmente é apenas 15% do total, comparado a 60% na Europa e na Ásia. Nesse sentido, o presidente manifestou a importância de melhorar e atualizar os acordos existentes com nações sul-americanas e reforçar a integração da região.







