No entanto, as necessidades de água em outras partes de Khan Yunis, bem como na Área Média e em Rafah, continuam sem solução. Apenas 14% da população da Faixa de Gaza se beneficiou da abertura da linha de água durante o curto período de tempo, de acordo com o relatório.
A falta de água é uma questão crítica para a sobrevivência dos palestinos e agravada pelo colapso dos serviços de água e saneamento na região. A UNRWA destaca que as preocupações com a desidratação e doenças transmitidas pela água são altas, principalmente pelo fechamento da última central de dessalinização de água do mar em Gaza.
Além da escassez de água, a falta de combustível também é motivo de preocupação para as entidades de ajuda humanitária. A UNRWA ressalta que são necessários 600 mil litros de combustível por dia para operar as instalações de dessalinização de água salgada na região. Ainda de acordo com o relatório, os hospitais também necessitam de combustível para continuar operando, sendo que a previsão é que apenas consigam funcionar por mais 24 horas. O encerramento dos geradores de reserva colocaria em risco a vida de milhares de pacientes.
Enquanto a situação se agrava, os bombardeios continuam intensos, inclusive nas áreas de Khan Yunis e outras regiões do sul, mesmo com a diretriz para que as pessoas em Gaza se desloquem para o sul. Além disso, a ajuda humanitária da ONU está parada no Egito, aguardando permissão para entrar na Palestina.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou que a organização possui estoques de alimentos, água, suprimentos médicos e combustível no Egito, Jordânia, Cisjordânia e Israel, prontos para serem enviados em poucas horas. No entanto, para garantir a entrega segura e sem impedimentos, o pessoal da ONU precisa ter permissão para transportar esses suprimentos para Gaza.
A situação humanitária em Gaza é preocupante e requer uma ação imediata da comunidade internacional para garantir o fornecimento de água, combustível e outros recursos essenciais à população. O acesso seguro e desimpedido às áreas afetadas é fundamental para garantir que a assistência humanitária chegue aos que mais precisam.