Os Estados Unidos buscam processar Assange por 18 acusações relacionadas à publicação de grandes quantidades de documentos militares e telegramas diplomáticos confidenciais dos EUA. Os promotores argumentam que tais vazamentos puseram em risco a vida de agentes norte-americanos, sem justificativa para tais ações. No entanto, seus apoiadores o enxergam como um herói anti-establishment e um jornalista perseguido por expor as irregularidades dos Estados Unidos.
Do lado de fora da Alta Corte de Londres, uma multidão expressiva se reuniu em ato de apoio a Assange, entoando palavras de ordem contra a extradição. A esposa de Assange, Stella, dirigiu-se ao público: “Temos dois grandes dias pela frente. Não sabemos o que esperar, mas vocês estão aqui porque o mundo está assistindo. Eles precisam saber que não podem se safar dessa. Julian precisa de sua liberdade e todos nós precisamos da verdade.”.
As batalhas legais de Assange começaram em 2010, e em 2019 ele foi preso por violar as condições de fiança. Desde então, Assange está preso em uma prisão de segurança máxima no sudeste de Londres. Agora, enfrenta a última chance de impedir a extradição nos tribunais ingleses. Se seus advogados não conseguirem impedir a extradição, a Corte Europeia de Direitos Humanos é sua ultima esperança.
Julian Assange e o WikiLeaks se tornaram conhecidos em 2010, após a publicação de um vídeo que mostrava um ataque de helicópteros dos EUA em Bagdá, em 2007, que matou 12 pessoas, incluindo duas equipes de reportagem da Reuters. Em seguida, o site divulgou milhares de documentos secretos e telegramas diplomáticos, revelando avaliações altamente críticas dos EUA sobre líderes mundiais. Seja herói ou vilão, o fundador do WikiLeaks é uma figura polêmica e polarizadora. Enquanto seus apoiadores defendem sua liberdade e a exposição da verdade, os Estados Unidos e outros governos o enxergam como uma ameaça à segurança nacional.