Os membros do CCS também levantaram preocupações sobre a preservação das relações de trabalho e a necessidade de requalificação dos profissionais afetados pelo uso da inteligência artificial. A conselheira Maria José Braga ressaltou a importância de regular essas tecnologias para evitar a exclusão e a reprodução do capital. Já a integrante do Conselho de Ética do Conar, Andressa Bizutti Andrade, destacou que o elemento humano sempre será necessário para a criação intelectual e argumentou que a legislação de direitos autorais deve ser atualizada para proteger as empresas de comunicação que utilizam criações artificiais.
Além disso, os participantes discutiram os desafios relacionados à confiabilidade da informação com o uso da inteligência artificial. O advogado Ygor Colalto Valerio apontou que a democratização da internet tornou o controle das informações divulgadas praticamente inexistente e mencionou o problema do deep fake, que pode comprometer a veracidade das informações. Ele ressaltou que essas tecnologias também trazem muitas possibilidades, mas é necessário considerar os potenciais desvios e tratar essas questões de forma pontual.
No Congresso Nacional, o tema da inteligência artificial está em pauta. O Senado instalou uma comissão temporária interna sobre o assunto e está analisando o Projeto de Lei que regulamenta o uso dessa tecnologia. Na Câmara dos Deputados, também há um projeto que cria o marco legal do desenvolvimento e uso da inteligência artificial.
O Conselho de Comunicação Social tem como atribuição realizar estudos e pareceres sobre questões relacionadas à comunicação, como liberdade de expressão e programação das emissoras de rádio e TV. A audiência pública foi realizada como parte dos esforços do CCS para entender e debater os impactos da inteligência artificial no setor da comunicação social.