Entre os profissionais presentes estavam o presidente da regional alagoana do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-AL), engenheiro civil Marcelo Daniel, seu vice-presidente, engenheiro civil Paulo Roberto, além das engenheiras civis Fátima Melo e Josiane Araújo. O grupo também teve o apoio técnico do engenheiro civil Agliberto Costa, especialista em estruturas, que contribuiu com sua expertise na avaliação do emissário.
Roberto Jorge destacou que a visita foi uma iniciativa direta do Crea-AL em resposta às preocupações do público sobre a segurança da construção. “Sentimos a necessidade de tomar esta iniciativa de convocar o corpo técnico do Ibape-AL para avaliar os devidos riscos, dada a gravidade da situação que nos foi passada. Os especialistas agora reunirão tudo que foi apurado e elaborarão um relatório técnico que será encaminhado às autoridades como o Ministério Público, a Prefeitura de Maceió e a própria BRK”, explicou o presidente em exercício do Crea-AL.
Para Marcelo Daniel, as primeiras impressões da vistoria reforçam a seriedade da situação. Ele revelou que “existe um alto grau de risco aqui. A situação está de tal forma que não existe mais garantia de estabilidade. A erosão é grande, a estrutura está desgastada e segue sustentada apenas pelo todo, podendo ruir a qualquer momento. As providências têm que ser urgentes.”
Agliberto Costa, especialista em estruturas, também confirmou a gravidade da situação. Ele apontou diversos pontos críticos: “Todo o encamisamento dos pilares de sustentação já está totalmente precário, há furos que não foram vedados e que aceleram a ação da água e do sal, e o guarda-corpos já está deteriorado. É um conjunto de fatores que denuncia, de forma alarmante, o caráter de urgência que há aqui.”
O Emissário Submarino de Maceió, inaugurado em maio de 1989 pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), é um sistema desenvolvido para lançar esgotos sanitários para além da costa, utilizando a vasão do oceano para realizar um despejo descentralizado. Atualmente administrado pela BRK, o emissário possui 3.6 quilômetros de comprimento, dos quais 600 metros são de tubulação aérea que transporta e dilui as impurezas a uma profundidade mínima de 15 metros.
A integridade da estrutura deste sistema crucial para o saneamento da cidade está em questão, e as autoridades já foram alertadas sobre a necessidade de intervenções urgentes para evitar possíveis colapsos e garantir a segurança da comunidade e do meio ambiente.