Insegurança alimentar atinge cerca de 21% dos lares no Distrito Federal, com impacto maior em famílias com crianças e chefias femininas.

Um estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (Ipedf) revelou que cerca de 21% dos domicílios na região enfrentam algum grau de insegurança alimentar. O levantamento, que faz parte do estudo intitulado “Segurança alimentar no Distrito Federal: um panorama sociodemográfico”, foi realizado com base nos dados da Pesquisa Distrital de Amostra de Domicílios de 2021.

O estudo apontou que os lares mais afetados pela insegurança alimentar são aqueles chefiados por mães solos, famílias negras e com pessoas com deficiência. Em especial, as casas que contam com crianças de 0 a 6 anos são as mais vulneráveis, com uma incidência de 41,5% de insegurança alimentar.

Analisando a distribuição geográfica, foi observado que regiões como Sol Nascente, Ceilândia, Itapoã e Varjão concentram o maior número de domicílios com insegurança alimentar. Em Sol Nascente, por exemplo, a insegurança alimentar afeta 12,7% dos lares.

Para lidar com essa situação preocupante, o governo do Distrito Federal tem implementado ações para garantir a assistência à população. Um exemplo disso é a inauguração de um segundo restaurante comunitário em Sol Nascente, que se tornou a única região administrativa a contar com dois estabelecimentos do tipo. Esses restaurantes oferecem refeições a preços acessíveis, cobrando R$1 para o almoço e R$0,50 para café da manhã e jantar.

Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) tem desenvolvido o programa Prato Cheio, que beneficia famílias em situação de insegurança alimentar com um auxílio de R$250 por até nove meses. A ideia é garantir que essas famílias tenham acesso a alimentos de qualidade e possam se estabelecer financeiramente.

Outro ponto relevante destacado pelo estudo é a relação entre despesas com aluguel e insegurança alimentar. Famílias que comprometem cerca de 30% da renda com aluguel apresentam uma taxa de insegurança alimentar de 43%. Para auxiliar essas famílias, a subsecretária Vanderléa Cremonini ressaltou a importância dos Centros de Referência e Assistência Social (Cras), que fornecem benefícios como o programa Prato Cheio e cestas básicas para garantir a alimentação dos integrantes da família.

Em meio a esses desafios, a subsecretária destacou que as ações para combater a insegurança alimentar envolvem diversas pastas governamentais, incluindo parcerias com a agricultura local e familiar para garantir o abastecimento de alimentos para as famílias mais vulneráveis. A expectativa é de que, com as medidas em andamento, seja possível reduzir significativamente os índices de insegurança alimentar no Distrito Federal e garantir que toda a população tenha acesso a uma alimentação adequada e de qualidade.

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