Em meio às turbulências envolvendo as emendas parlamentares, líderes aliados têm aconselhado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros a priorizarem a sobrevivência no Congresso em 2025 antes de pensarem nas eleições de 2026.
A insatisfação dos deputados em relação às emendas tem gerado um clima de preocupação e desconfiança na base do governo, especialmente entre os parlamentares do Centrão, que se sentiram “traídos” após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender os pagamentos destas emendas.
Partidos como União Brasil e PSD, que possuem ministérios e representam uma parcela significativa na Câmara dos Deputados, estão entre os mais insatisfeitos. Com um total de 103 deputados, estes partidos se veem preteridos pelo governo, o que pode levar a uma possível reaproximação com a oposição.
O União Brasil, em particular, enfrenta o dilema de manter o apoio ao governo mesmo com a insatisfação latente. O partido, que ocupa o Ministério do Turismo com Celso Sabino, vê em Mendonça Filho, um dos possíveis líderes da bancada, um opositor declarado ao governo Lula.
Já o PSD, que chegou a recuar em sua posição contrária ao regime de urgência para os projetos do pacote fiscal em um gesto de apoio, espera por uma maior representatividade na Esplanada dos Ministérios, buscando mais do que o Ministério da Pesca, atualmente sob a responsabilidade de André de Paula.
Em um cenário delicado, Lula e seus ministros terão que articular de forma estratégica para reorganizar sua base parlamentar e dissipar as tensões geradas pelas recentes decisões envolvendo as emendas, garantindo a governabilidade até o final deste ano e pavimentando o caminho para as eleições vindouras.