Inquérito sobre assassinato de delator do PCC revela esquemas de corrupção na Polícia Civil de SP, pressionando governo a um ano das eleições.

O caso envolvendo a morte de Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024 ganhou contornos ainda mais complexos com a instauração de um inquérito que acabou revelando esquemas de corrupção na Polícia Civil paulista. O inquérito, que inicialmente investigaria o assassinato do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma área de competência federal, resultou em uma grande devassa sobre crimes de extorsão, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro envolvendo policiais civis que mantinham relação com Gritzbach.

A partir da delação premiada feita por promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual, a Polícia Federal avançou na apuração e identificou a associação entre policiais civis e o PCC para cometer crimes. O assassinato de Gritzbach foi apenas o estopim das investigações, que revelaram as atividades ilícitas do grupo e colocaram em evidência a relação entre os servidores da segurança pública e os “empresários” do crime.

A investigação também resultou na cobrança de R$ 40 milhões dos 12 denunciados, incluindo policiais civis, que foram identificados como envolvidos com o PCC com base na delação de Gritzbach. Para os promotores do Gaeco, a soma milionária corresponde ao benefício patrimonial obtido com os atos de lavagem de capitais e corrupção passiva dos investigados.

O Ministério Público paulista afirmou que houve uma associação entre policiais e traficantes que colocou a sociedade em risco, culminando no assassinato de Gritzbach em plena luz do dia no maior aeroporto da América do Sul. Os denunciados incluem empresários, advogados e policiais civis, todos acusados de organização criminosa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

Diante do escândalo de corrupção na Polícia Civil paulista, o governo de Tarcísio de Freitas é pressionado a um ano das eleições, enquanto a investigação do assassinato de Gritzbach continua sob responsabilidade do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A complexidade do caso revela ainda mais as entranhas da corrupção policial e suas conexões com o crime organizado.

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