Influenciadora Romagaga é presa em São Paulo após polêmica, acusada de desobediência e atos obscenos durante confusão em hotel na rua Augusta.

A influenciadora digital Romagaga Guidini Chagas de Lima, de 30 anos, foi presa na manhã deste sábado (27) após uma série de incidentes tumultuados na Rua Augusta, no coração de São Paulo. A criação de Romagaga, que ganhou notoriedade em 2010 com vídeos virais que homenageavam grandes nomes da música, como Lady Gaga e Preta Gil, a tornou uma referência no humor digital brasileiro, especialmente entre as mulheres trans.

A prisão aconteceu depois que a Polícia Militar foi chamada para atender a uma ocorrência relacionada à influenciadora. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, Romagaga relatou ter sido vítima de roubo por parte do gerente de um hotel. No entanto, o gerente contestou a versão e afirmou ter sido ameaçado por ela, alegando ainda que a influenciadora teria invadido o estabelecimento, tentando danificar propriedades como uma porta e um computador.

Durante a confusão, Romagaga também teria feito uma transmissão ao vivo, na qual aparecia nua, uma ação que configurou um protesto frente à situação. O boletim de ocorrência indica que, apesar de ter alegado o roubo de seu celular, a influenciadora estava utilizando o aparelho para a transmissão, que acabou sendo apreendido para perícia.

As acusações contra ela vão de desobediência e desacato até ato obsceno, ameaça e invasão. Em virtude da soma das infrações, ela foi autuada em flagrante e encaminhada ao 78º DP, onde permaneceu detida até a audiência de custódia programada para a manhã deste domingo (28).

A defesa de Romagaga, comandada pelo advogado Mateus Navarro Barbosa, adiantou que pretende argumentar a favor de sua liberdade, afirmando que não há razões legais que sustentem a manutenção da prisão. O advogado destacou ainda que medidas seriam adotadas para responsabilizar civicamente agentes envolvidos na ação, alegando abusos de autoridade e possíveis atos de homofobia. Este último ponto é especialmente delicado, dado que a homofobia é equiparada ao racismo pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, tornando-se um crime inafiançável e imprescritível.

A continuidade deste caso e a repercussão nas redes sociais são fatores que devem ser observados, dado o potencial impacto na carreira de Romagaga e no diálogo sobre a representação e os direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil.

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