A situação se agravou dois dias antes do ataque, quando Laura se tornou alvo de informações falsas nas redes sociais. Boatos infundados questionavam sua conduta, associando-a desrespeitosamente ao uso de drogas. Apesar de ter registrado cinco boletins de ocorrência e ter sido incorporada a um programa de proteção destinado a defensores de direitos humanos, a jovem não conseguiu garantir sua segurança de maneira efetiva. Durante o ataque, seu irmão proferiu ofensas que desmereciam seu trabalho nas plataformas digitais e sua participação em movimentos sociais, mostrando a profunda conexão entre violência, machismo e deslegitimação da voz feminina.
Laura, que estuda História e conta com quase um milhão de seguidores, continua ativa em suas redes sociais e em causas sociais. Em depoimentos, ela descreve a experiência como um processo de luto, onde alguns dias são mais leves e outros, insuportáveis. A resiliência da jovem é notável, mas a inadequação das respostas institucionais à sua situação também é preocupante. Até o momento, a Defensoria Pública de Minas Gerais ainda não designou um defensor para seu caso, e seu agressor permanece foragido, evidenciando um cenário alarmante para a proteção de mulheres em situação de violência em todo o país.
A história de Laura é um reflexo não apenas de sua luta pessoal, mas também um chamado à ação para a sociedade e o sistema judicial, que precisam reforçar as medidas de proteção e assegurar que todos tenham o direito de viver sem medo de violência.