Influenciador Hytalo Santos é preso por suposta exploração de menores e pagamento de mesada a pais para que crianças aparecessem em suas redes sociais.

Na última sexta-feira, um escândalo envolvendo o influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, chocou o Brasil. Ambos foram presos preventivamente em Carapicuíba, na Grande São Paulo, sob a suspeita de exploração de menores. A investigação revela que os pais de jovens que participam dos vídeos de Hytalo recebiam uma mesada que variava entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, como compensação para que seus filhos morassem com o influenciador e aparecessem em suas redes sociais.

Surpreendentemente, conselheiros tutelares relataram que nunca receberam denúncias formais sobre essas práticas, mesmo que a maioria das famílias envolvidas resida em Cajazeiras, na Paraíba, cidade natal do influenciador. Durante um depoimento, uma das mães afirmou que não sabia se a filha recebia alguma compensação e não a reconhecia como alguém que “trabalhasse” para Santos. Nadyelle Pereira, conselheira tutelar da Paraíba, ressaltou que não conseguiram contato com as famílias, o que poderia facilitar a apuração do caso.

Hytalo Santos, que começou sua trajetória como professor de dança em sua cidade natal, havia transformado sua fama em uma extensa carreira nas redes sociais, onde se destacou pela produção de conteúdos com adolescentes. O crescimento exponencial de sua influência foi acompanhado por ostentação, como a aquisição de carros luxuosos e imóveis. No entanto, relatos de ex-funcionários indicam que figuras de sua equipe manejavam grandes quantias em dinheiro e joias, embora a defesa das partes envolvidas negue qualquer irregularidade.

As redes sociais que o influenciador utilizava foram bloqueadas após denúncias de outro youtuber, Felca, e as plataformas afirmaram ter suspendido a monetização de seus conteúdos devido a violações de normas. No momento da prisão, ambos os suspeitos estavam em posse de quatro celulares, levantando suspeitas sobre uma possível tentativa de evasão, uma alegação que a defesa rebate, insistindo que se tratava de uma viagem de lazer.

O Ministério Público da Paraíba e o Ministério Público do Trabalho têm afirmado que possuem evidências robustas de exploração, relatando que os menores foram aliciados em outras localidades e submetidos a um regime de trabalho forçado. Após a prisão do casal, os adolescentes foram devolvidos às suas famílias. Este caso traz à tona a urgência de uma fiscalização mais rigorosa sobre a proteção de menores nas mídias sociais, além da responsabilidade das plataformas na salvaguarda da integridade e bem-estar de suas categorias mais vulneráveis.

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