Inflação na Argentina sobe 2,5% em novembro, complicando planos de estabilização econômica do governo Milei

A inflação na Argentina voltou a subir, levantando preocupações sobre a estabilidade econômica sob o governo de Javier Milei. Em novembro, os preços ao consumidor tiveram um aumento significativo de 2,5%, marcando o sexto mês consecutivo de alta. Essa tendência persiste apesar de esforços do governo em adotar uma política fiscal contracionista e controlar o valor do dólar, que permanece sob intervenção estatal para evitar sua desvalorização.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) revelam que a inflação se consolidou em um patamar crescente desde maio, quando apresentava uma taxa mínima de 1,5%. Desde então, a inflação tem aumentado de forma gradual, atingindo um nível que analistas considerados alto, especialmente em um cenário de recessão e queda no consumo. No acumulado anual, a inflação chegou a 31,4%, e desde o início de 2025, os preços já subiram 27,9%.

O que mais chama a atenção são os altos preços de alimentos e serviços públicos, que impactaram diretamente o cotidiano da população, contribuindo para o aumento do custo de vida. A carne, por exemplo, teve aumentos significativos no atacado, refletindo também em frutas, verduras e outros produtos essenciais. Esse aumento de preços é especialmente preocupante, pois afeta as linhas de pobreza e extrema pobreza.

Apesar de uma taxa de câmbio aparentemente estável, sustentada pela venda de moeda estrangeira, especialistas alertam que o cenário se complica com os ajustes de tarifas e a alta dos alimentos, dificultando ações efetivas para conter a inflação. Projeções do governo indicam uma estimativa de inflação de 10,1% para 2026, embora muitos analistas considerem essa meta irrealista, dada a pressão inflacionária atual.

A situação revela os desafios significativos do plano econômico de Milei. A inflação continua a desafiar as expectativas do governo e a recuperação econômica parece distante. Especialistas indicam que a demanda é o principal problema, pois mesmo com a estabilização do dólar, a queda no consumo não favorece um ambiente de crescimento sustentável.

Com a inflação se consolidando em níveis preocupantes, sem perspectivas claras de melhora no curto prazo, a administração de Milei enfrenta um caminho dificultoso para implementar suas reformas econômicas. A resistência à desvalorização cambial e a necessidade de ajustes mais flexíveis no câmbio surgem como potenciais soluções, embora envolvam riscos significativos.

Neste contexto, o futuro econômico da Argentina se apresenta incerto, com uma inflação que ainda é considerada alta em escala internacional e pressões crescentes sobre o poder de compra da população. A estabilização econômica desejada por Milei continua sendo um desafio.

Diante desse cenário, muitos se perguntam se será possível para o governo encontrar um equilíbrio que permita retomar a confiança dos consumidores e a estabilidade necessária para o desenvolvimento econômico sustentável.

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