Para 2026, a situação não é diferente, já que a projeção para o IPCA foi revisada pela quinta vez em sequência, caindo de 4,41% para 4,40%. Se considerarmos as 58 previsões mais recentes, essa mediana também subiu, de 4,35% para 4,40%. Atualmente, o Banco Central (BC) tem uma expectativa de inflação de 4,9% para 2025 e 3,6% para 2026, conforme declarado no último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). O departamento também vislumbra uma inflação em 12 meses de 3,4% até o primeiro trimestre de 2027, alinhando suas previsões com a trajetória desejada para a economia.
Na mais recente audição, o comitê decidiu manter a taxa Selic em 15,0%. A decisão foi acompanhada de um alerta sobre a manutenção da interrupção no ciclo de aumento da taxa de juros, enfatizando a necessidade de avaliação dos impactos já implementados e se o período prolongado com essa taxa é adequado para conduzir a inflação à meta.
Desde este ano, a meta de inflação passou a ser contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro dessa nova meta foi estabelecido em 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No entanto, se a inflação permanecer fora desse intervalo por seis meses consecutivos, o Banco Central será considerado em erro. Esse cenário tornou-se realidade após a divulgação do IPCA de junho, em 10 de julho, levando a autoridade monetária a publicar uma carta aberta anunciando uma expectativa de queda da taxa para menos de 4,50% até o final do primeiro trimestre de 2026.
Adicionalmente, a mediana do Focus para a inflação em 2027 se manteve inalterada em 4,0% pela 26ª semana consecutiva, enquanto a projeção para o IPCA de 2028 continuou em 3,80%, mesmo valor registrado um mês antes. A estabilidade dessas expectativas pode indicar uma confiança cautelosa no futuro da economia, em meio a um cenário inflacionário volátil.