Indonésia se junta ao BRICS e fortalece sua posição no cenário global, buscando novas oportunidades no Sul Global e desafiando a influência dos EUA.

Em um contexto global caracterizado por mudanças significativas na dinâmica de poder, a adesão da Indonésia ao grupo BRICS foi oficializada em 6 de janeiro de 2025. A Indonésia, que se destaca como a nação mais populosa e com a maior economia do Sudeste Asiático, acrescenta um novo fio à trama da cooperação entre os países do Sul Global. A declaração do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, feito em um momento em que o Brasil assume a presidência do BRICS, enfatizou o potencial da Indonésia em fortalecer essa parceria internacional.

A decisão de entrar para o BRICS não foi tomada de forma abrupta, mas é o resultado de um processo de aproximação que se desenvolveu ao longo dos últimos anos, com líderes do bloco reconhecendo o valor da Indonésia em contribuir para um diálogo mais robusto entre nações em desenvolvimento. Sob a liderança do presidente Prabowo Subianto, que tomou posse em outubro de 2024, o país adota uma postura mais assertiva em sua política externa. Prabowo tem promovido uma “política de boa vizinhança”, visitando uma variedade de países, incluindo China, Rússia, Estados Unidos e seus aliados, o que sinaliza um desejo de diversificar relações e fortalecer laços econômicos.

Especialistas indicam que a adesão ao BRICS pode ser vista como um “hedge estratégico” para a Indonésia, possibilitando ao país maior flexibilidade em um cenário global volátil. Dedi Dinarto, analista da Global Counsel, argumenta que essa movimentação pode ser interpretada como um desafio às influências ocidentais, especialmente sob a nova administração de Donald Trump nos EUA, que já ameaçou impor tarifas aos países do BRICS.

Além disso, a participação da Indonésia no bloco é vista como uma oportunidade para abrir novos mercados, especialmente na África e América do Sul, assim como um reforço nas já consolidadas relações comerciais com nações como Índia e Rússia. Com essa estratégia, Prabowo busca não só projetar a Indonésia como líder do Sul Global, mas também alavancar o status do país em um cenário internacional cada vez mais interconectado e competitivo. A adesão ao BRICS, portanto, representa não apenas uma jogada econômica, mas uma declaração de intenções geopolíticas da Indonésia para o futuro.

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