A Indonésia se junta a um bloco que, desde sua criação em 2006, tem se destacado por unir países em desenvolvimento, promovendo uma governança global mais multipolar. A atual presidência do BRICS, que agora está nas mãos do Brasil, decorre de um período de expansão do grupo que, em 2024, viu a inclusão de nações como Egito, Etiópia e Arábia Saudita. Com a inclusão de novos membros, incluindo a Indonésia, a organização reforça seu papel como uma alternativa nas relações internacionais, desafiando a hegemonia ocidental.
De acordo com especialistas, a adesão da Indonésia pode causar uma mudança no equilíbrio de poder, uma vez que o país agora pode definir as políticas do BRICS, com um impacto direto nas suas relações com o Ocidente. A professora Sellita, da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Jayabaya, ressalta que, embora essa escolha seja audaciosa, não significa que o país esteja rejeitando o Ocidente. Em vez disso, representa um esforço estratégico para diversificar suas alianças e fortalecer sua posição econômica global em um contexto de crescente competição entre potências.
A Indonésia, que possui uma economia robusta e uma população significativa, não apenas ganha um espaço na formulação de políticas do BRICS, mas também assume um papel estratégico em uma era que busca romper com polarizações tradicionais. A sua presença no BRICS é vista como um indicativo da transição rumo a uma governança mais inclusiva, na qual nações em desenvolvimento tenham maior voz e oportunidade de influenciar as decisões globais. Assim, a Indonésia torna-se um ator cada vez mais relevante na cena internacional, trazendo à tona questões sobre a futura configuração do poder global e o relacionamento entre OOcidente e os países do Sul Global.