Galípolo, apesar de ser considerado um nome forte para o cargo, tem boa relação com a maioria dos parlamentares, tendo dialogado com eles desde sua atuação como número 2 no Ministério da Fazenda. Esta foi a segunda vez que enfrentou o escrutínio do Senado, tendo passado com tranquilidade pela sabatina para a diretoria de Política Monetária do BC no ano passado, cargo que atualmente ocupa.
Caso seja aprovado no plenário, Galípolo substituirá o atual presidente da autarquia, Campos Neto, alvo frequente de críticas do ex-presidente Lula. O mandato de Campos Neto termina em dezembro e essa transição marcará a primeira sucessão na chefia do BC sob a nova lei de autonomia, que prevê mandatos não coincidentes com a presidência da República.
Durante a sabatina, Galípolo destacou o compromisso do presidente Lula com a liberdade na tomada de decisões e enfatizou sua gratidão aos senadores, ao presidente Lula, ao ministro Fernando Haddad, a Campos Neto e aos demais diretores e servidores do BC. Ele reforçou os desafios presentes, como a construção de uma economia mais equânime e o compromisso do BC no combate à inflação.
As perguntas dos senadores giraram em torno da inflação, da autonomia do BC e da condução técnica das decisões, especialmente considerando a proximidade de Galípolo com Lula, que tem críticas aos juros elevados. Outros temas abordados foram as apostas e a gestão das contas públicas pelo governo. Ainda durante a sabatina, Galípolo foi questionado sobre a gestão do mercado de câmbio e as bets, área sobre a qual o BC não regula, mas acompanha de perto para avaliar seu impacto na economia.
Em resumo, a aprovação de Galípolo para a presidência do Banco Central representa um passo importante na transição de poder na instituição, com a expectativa de continuidade do trabalho com foco na estabilidade econômica do país. Com boa receptividade no Senado e apoio do presidente Lula, Galípolo está prestes a assumir um papel fundamental no cenário econômico nacional.