Indicação de Verônica Sterman ao STM gera polêmica: Senador a acusa de mentir em currículo e defende igualdade de tratamento na sabatina do Senado.

Durante a sabatina realizada nesta quarta-feira, 13 de setembro, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a indicada ao Supremo Tribunal Militar (STM), Verônica Abdalla Sterman, enfrentou uma série de questionamentos que levantaram controvérsias sobre sua formação acadêmica. O senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, acusou-a de omitir informações ao afirmar que possui título de mestre sem ter concluído a defesa de sua tese. Segundo Portinho, essa discrepância transformaria o que deveria ser considerado um mestrado em apenas uma “simples atividade acadêmica”.

Em defesa de sua posição, Verônica explicou que a inclusão do mestrado em seu currículo foi feita sob a orientação de seu professor, que estava ciente da pesquisa em andamento. Ela alegou que não houve intenção de enganar, ressaltando que a informação foi apresentada de forma transparente ao longo de sua trajetória acadêmica.

A controvérsia provocou reações notórias dentro da CCJ. O senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, defendeu Verônica ao afirmar que a avaliação dos indicados para o STM não se baseia estritamente em títulos acadêmicos, mas sim no notório saber jurídico e nas habilidades práticas do candidato. Renan criticou a forma como Portinho abordou a questão, insinuando que a postura do senator foi desproporcional e incomum, especialmente em relação a uma mulher.

A avaliação de Portinho também recebeu críticas firmes do senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, que considerou seu comportamento como “sexista”. Contarato questionou se a mesma rigidez teria sido aplicada a um candidato masculino e afirmou que Verônica não atuou com má-fé. Ele reforçou a necessidade de promover a igualdade de gênero, citando a Constituição Federal como um instrumento fundamental nesse processo.

Além disso, outros parlamentares manifestaram apoio a Verônica, como a senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte. A senadora destacou o avanço representado pela presença feminina em cargos relevantes no Brasil e evidenciou que, em muitas partes do mundo, as mulheres ainda lutam por reconhecimento em papéis de liderança. A defesa de Verônica não apenas colocou em discussão sua capacidade para o cargo, mas também abriu um espaço importante para o debate sobre gênero na política brasileira.

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