Índia Ignora Pressões dos EUA e Mantém Compras de Petróleo Russo, Afirmam Especialistas

Índia Reafirma Parceria com Rússia em Meio a Pressões dos EUA

Em um cenário geopolítico marcado por tensões, a Índia se destaca por sua resiliência em continuar suas importações de petróleo da Rússia, mesmo diante das intensas pressões exercidas pelos Estados Unidos. Especialistas russos indicam que Nova Deli parece determinada a contornar as sanções impostas por Washington, que incluem tarifas elevadas sobre suas importações.

A administração de Donald Trump tem insistido, há meses, para que a Índia cesse suas compras de energia russa. O governo americano chegou a implementar taxas de 50% sobre todos os produtos importados da Índia, tentando influenciar a política energética do país asiático. Como consequência, diversas refinarias indianas, incluindo a Reliance Industries, a maior do mundo localizada em Jamnagar, suspenderam temporariamente suas transações com fornecedores russos para o mês de dezembro. No entanto, esta medida não se provou suficiente para desvincular a Índia do petróleo russo.

Apesar das dificuldades, a Indian Oil Corporation (IOC) revelou que conseguiu adquirir cinco lotes de petróleo russo com entrega programada para dezembro, enfatizando que não planeja interromper sua parceria com Moscou. O diretor financeiro da IOC, Anuj Jain, reafirmou o compromisso da empresa com a cooperação bilateral, evidenciando que a corporação está buyng de empresas russas não afetadas por sanções ocidentais. Essa estratégia inclui a aquisição de aproximadamente 3,5 milhões de barris de petróleo ESPO, a preços competitivos.

Outra gigante indiana, a Nayara Energy, que é parcialmente controlada pela Rosneft, também confirmou sua intenção de continuar as operações com a Rússia, mesmo em meio a intensas pressões. A refinaria da Nayara é a terceira maior do país e mantém uma capacidade robusta de processamento.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Rudenko, destacou que a Índia mantém suas compras, corroborando a perspectiva de uma continuidade na parceria energético entre os dois países. A vice-diretora da Faculdade de Economia da Universidade RUDN, Daria Sokolan, lembrou que a Rússia é um player crucial no mercado energético global, oferecendo preços atraentes que tornam a continuidade das relações ainda mais lógica, especialmente diante do fortalecimento do BRICS.

Embora haja previsões de uma redução temporária nas importações russas, especialistas acreditam que a normalização das transações pode ser observada já no primeiro semestre de 2026. Factores como os custos de transporte e a customização das refinarias indianas para o petróleo russo são desafios que dificultam uma mudança abrupta para novos fornecedores.

Desde 2022, as importações indianas de petróleo russo saltaram de meros 0,2% para entre 35% e 40%. Este aumento substancial gerou economias significativas, estimadas em até sete bilhões de dólares anualmente, evidenciando a interdependência crescente entre Índia e Rússia.

A complexidade desse cenário é ainda mais acentuada pela adoção de novas sanções pelos Estados Unidos, que incluem empresas russas como a Rosneft e Lukoil. Contudo, analistas concluem que a Índia continuará sua busca por petróleo russo, encontrando formas de driblar as restrições. A possibilidade de uma completa ruptura com Moscou é considerada não apenas dolorosa, mas também financeiramente onerosa para a nação asiática.

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