Recentemente, a administração americana anunciou que as tarifas sobre importações poderiam permanecer estabilizadas em 10% para nações com as quais os EUA mantêm superávit comercial, incluindo Argentina, Austrália e Honduras. Apesar disso, a UNCTAD alertou que a falta de clareza nas políticas tarifárias deixa muitos países em desenvolvimento, como a maioria da América Latina e do Sudeste Asiático, em uma situação de vulnerabilidade. Esses países, ao contrário de nações como Vietnã ou Filipinas, que estabeleceram acordos comerciais específicos com os EUA, enfrentam incertezas sobre possíveis aumentos nas tarifas existentes.
O documento da UNCTAD enfatiza que essa ausência de diretrizes claras sobre as políticas comerciais dos Estados Unidos em relação a parceiros como China e México dificulta a tomada de decisões empresariais. As empresas estão apprehensivas para reestruturar suas cadeias de suprimento, uma vez que não conseguem prever o impacto das tarifas americanas. Um exemplo alarmante é a possibilidade de que produtos montados em países do Leste Asiático, que utilizam componentes da China, possam estar sujeitos a tarifações adicionais de até 40%, caso sejam classificados como transbordo.
Desde que o presidente Donald Trump assumiu seu cargo novamente, em abril de 2025, a sua administração intensificou as políticas tarifárias, com a introdução de uma tarifa-base de 10% sobre importações, juntamente com tarifas elevadas para países selecionados. As reações mercadológicas foram rápidas, com um aumento temporário no apelo por reduções tarifárias, mas as negociações comerciais continuam suspensas por tempo indeterminado, aumentando a incerteza sobre o futuro econômico.
A imposição de alíquotas tarifárias em níveis que variam entre 10% e 41% para uma série de países, incluindo uma taxa extrema de 50% ao Brasil, evidencia ainda mais os desafios que muitos países enfrentam para se estabelecerem nas cadeias globais de produção. A situação atual chama a atenção sobre a necessidade urgente de um diálogo mais claro e aberto entre as potências mundiais para garantir a estabilidade econômica global.