No município de Cavalcante, os bombeiros conseguiram controlar o fogo em algumas regiões, mas continuam enfrentando desafios em outras áreas afetadas. As operações de contenção e combate das chamas envolvem uma complexa articulação entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Polícia Civil. Recentemente, a Semad notificou mais de trinta proprietários de imóveis rurais, que poderão ser responsabilizados financeiramente pelos danos causados no ecossistema. Os valores das multas podem variar extremamente, com penalidades que vão de R$ 3 mil a impressionantes R$ 50 milhões, além da possibilidade de até oito anos de reclusão para infratores.
Utilizando tecnologia de monitoramento, como imagens de satélite, as autoridades conseguiram mapear as áreas afetadas, que cumulativamente somam cerca de 73 mil hectares entre os municípios de Niquelândia, Cavalcante e Alto Paraíso. A magnitude dessa destruição é alarmante, considerando que a Chapada dos Veadeiros foi reconhecida como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 2001, destacando a importância de sua preservação.
Durante uma coletiva, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Goiás, Washington Luiz Vaz Júnior, enfatizou que mais de 90% dos incêndios nos biomas brasileiros são atribuídos a ações humanas. As penalidades financeiras são rigorosas, especialmente em zonas de preservação, onde elas podem ser duplicadas. A situação, além de crítica para o meio ambiente, levanta questões sobre a responsabilidade dos proprietários rurais e a necessidade de uma consciência ecológica mais aprofundada na região. A Chapada dos Veadeiros, com sua rica biodiversidade e beleza ímpar, enfrenta um momento de crise que exige ação imediata e efetiva para garantir sua proteção e preservação para as futuras gerações.