Queiroz explicou que, apesar de um sistema de vigilância em funcionamento, o alerta para o fogo chegou tarde demais. “Se tivesse sido avisado um pouco antes, talvez não tivesse passado para a minha barraca e para as outras daqui”, lamentou. A natureza dos produtos armazenados, muitos deles plásticos e inflamáveis, contribuiu para a rápida propagação das chamas. O comerciante oferecia uma vasta gama de itens, como louças, talheres e panelas industriais, e descreveu a importância de sua barraca na comunidade, fornecendo produtos essenciais a bares e restaurantes da região.
Com 38 anos de experiência no Mercado da Produção, Queiroz nunca havia enfrentado uma situação como essa. Sua barraca, que ocupava uma área de aproximadamente 96 m², era frequentemente abastecida com uma grande variedade de mercadorias. Ele comentou que o valor que estima como prejuízo pode ser ainda maior: “Eu calculei em R$ 1 milhão, mas minha gerente disse que passa de R$ 1 milhão”, afirmou.
Embora abalado pela tragédia, Queiroz demonstra um espírito resiliente. Aos 70 anos, ele já pensava em desacelerar seu ritmo de trabalho, mas agora se vê forçado a recomeçar do zero. “É um baque tremendo, mas a gente tem que tentar. Trabalhei aqui minha vida toda, praticamente sem folga”, desabafou.
O incêndio atingiu cerca de 50 barracas, mobilizando equipes do Corpo de Bombeiros, que trabalharam durante toda a madrugada para conter as chamas. As autoridades continuam a investigar as causas do incêndio, que deixou um rastro de destruição e frustração entre os comerciantes locais. A comunidade se une em apoio, ciente do impacto econômico e social que essa tragédia representa para os comerciantes e para o Mercado da Produção, um ponto vital de comércio em Maceió.







