Essa situação ressalta a dificuldade enfrentada pelas autoridades na apuração de incêndios criminosos. Dados do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) revelam que, no período de 2020 a 2024, houve 58 relatórios de auditoria e fiscalização relacionados a queimadas, porém a falta de identificação dos autores resultou em falta de autos de infração. Apenas 15 autuações foram aplicadas nesse período, a maioria delas relacionadas à queima de folhas e resíduos em quintais residenciais.
Em áreas de proteção ambiental, a identificação de autores de queimadas criminosas se torna ainda mais desafiadora. O Ibram ressalta a ausência de tecnologias para identificar infratores em incêndios florestais, o que dificulta a punição dos responsáveis. Câmeras de vigilância são essenciais nessas áreas, mas muitas vezes são insuficientes ou ineficazes na identificação dos criminosos.
A superintendente de fiscalização e monitoramento ambiental do Ibram, Simone Moura, destaca a importância das denúncias para o combate aos incêndios florestais e lamenta a escassez dessas informações nos últimos anos. Ela ressalta a necessidade de tecnologias mais avançadas para a identificação dos responsáveis e destaca a falta de suporte nesse sentido.
Diante desse cenário, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) realiza perícias em casos de incêndios e colabora com as polícias civil e federal na investigação de suspeitos. A utilização de aeronaves e drones é uma das estratégias empregadas para coletar evidências e identificar os responsáveis pelos incêndios.
A população também tem um papel fundamental no combate aos incêndios criminosos, podendo fazer denúncias por meio da Central 162 ou do portal ParticipaDF. A colaboração da sociedade é essencial para a preservação das áreas ambientais e a punição dos criminosos responsáveis pelos incêndios.