A Ação contra a Violência Armada (AOAV) destacou que, de um total de 52 casos investigados entre outubro de 2023 e junho de 2025, apenas uma resultou em condenação e prisão de um soldado. Em cinco casos, a investigação resultou em reconhecimentos de violações, mas os demais casos permanecem parados ou foram encerrados sem conclusões. Isso indica uma tendência preocupante, onde as denúncias são frequentemente ignoradas ou minimizadas.
Entre os incidentes que permanecem sob investigação estão a morte de 112 palestinos que estavam recebendo ajuda humanitária, um ataque aéreo que atingiu um campo de refugiados em Rafah e outras ocorrências que resultaram em mortes de civis enquanto recebiam assistência. Esses episódios chamam a atenção para a necessidade urgente de um sistema de responsabilização eficaz e transparente.
As FDI justificam suas ações afirmando que as denúncias passam por uma primeira fase de revisão, onde se analisam as suspeitas de crimes. Contudo, em 2024, pelo menos 74 processos relacionados a maus-tratos a detidos e roubo de munições foram arquivados, evidenciando uma cultura de não responsabilização dentro das forças armadas.
Internacionalmente, a pressão sobre Israel tem aumentado. O Tribunal Penal Internacional (TPI) ainda mantém investigações em curso, incluindo a emissão de mandados de prisão para autoridades israelenses, como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sob acusações de crimes contra a humanidade e crimes de guerra. A resposta do governo de Israel foi descredibilizar a legitimidade do TPI, acusando a instituição de perda de sua credibilidade.
Esse cenário se mostra alarmante, não apenas para a população de Gaza, mas também para a comunidade internacional, que exige um maior compromisso com os direitos humanos e a justiça. A falta de transparência e os altos índices de impunidade revelam um sistema que precisa de reformas profundas para garantir a justiça e a proteção dos civis em conflitos.