No acumulado dos oito meses, as importações somaram 21,18 milhões de pares, totalizando US$ 316,53 milhões em receita. Esses valores representaram um crescimento de 15% em volume e 35% em receita em relação ao mesmo período de 2022.
Um dado que chama atenção é o aumento nas importações de calçados da Ásia. Segundo a Abicalçados, 8 em cada 10 calçados importados pelo Brasil são oriundos desse continente. Esses produtos muitas vezes são comercializados a preços inferiores aos praticados no mercado e não seguem as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) nem conceitos básicos de sustentabilidade. Além disso, a concorrência desleal com o calçado nacional traz problemas tanto para o meio ambiente como para os direitos humanos.
O Vietnã foi o principal país de origem dos calçados importados pelo Brasil entre janeiro e agosto deste ano. Foram 6,9 milhões de pares provenientes desse país, com uma receita de US$ 154,5 milhões. Isso representou um aumento de 36,6% em volume e 45,5% em receita na comparação com o mesmo período do ano anterior. A Indonésia e a China também se destacaram como origens das importações, sendo responsáveis por 3 milhões e 8,13 milhões de pares, respectivamente.
Além dos calçados completos, as importações de partes de calçados, como cabedais, palmilhas, solas e saltos, também são significativas. Nos primeiros oito meses de 2023, essas importações totalizaram US$ 26,4 milhões, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A China, o Vietnã e o Paraguai foram os principais países de origem dessas partes.
Diante desses números, fica evidente a necessidade de se promover medidas que protejam e fortaleçam a indústria nacional de calçados. Além disso, é fundamental estabelecer critérios mais rígidos para a importação de calçados, garantindo que produtos de baixa qualidade e que não respeitem os direitos trabalhistas e ambientais não entrem no mercado brasileiro.